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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Primavera



Aqui não há Primavera!

Sei que  a Vera é prima de alguém:
É prima do fim de Dom Azágua
É a marca do tempo seco que ela tem
Nos lugares onde nenhum passa régua!

Oh! Então se ali não a conheces
Aqui na Europa, ali na América
E mesmo lá na Austrália e África
Vá lá e neste tempo a reconheces.

Primavera não marca o tempo seco,
Primavera assinala a revitalidade
E as plantas brotam rebentos sem eco
Mostrando suas flores ainda sem idade.

Flores que exibem cores e exalam cheiros
Fazem espirrar, lacrimejar, fotografar canteiros
E guardar realidades exóticas e deslumbrantes,
Ostentando o carácter de alegres semblantes.

De tamanhos e feitios para parte dos bolsos
Dizer para todos os gostos, são ditos falsos
Ao não serem flores para todas as posses
Desejar, roubar e correr, pés com entorses!

Tu aqui olhas para as fotos de flores belas
 Que só existem noutras paragens e zelas
Pelas plantas ornamentais do teu quintal,
E valoriza o pouco que tem coloração igual.

Poetas del mundo constroem a paz

Por ser criança, pensava num mundo
Ordenado e confinado à minha aldeia,
Exígua, sob um céu estrelado redondo,
Transbordando um luzir trémulo na ideia,
Ainda vaga, do que fosse um vagabundo,
Suspirando por um futuro, sem paranóia!

De olhos escancarados, a escola da vida
Erigida em mim, sobre alguns pilares,
Luziu as minhas lamparinas à pedalada!

Mundo afinal, extenso, diverso e perverso,
Ungido da vida a correr em vasos do predador
Narcótico e alcoolizado, e bélico, noutro verso,
Decantou em mim a desconfiança e o desprimor
Ornados na desarmonia dum futuro controverso.

Caído na consciência de que o meu é a concha,
O mundo de quatro dimensões vem e se agacha
No interior do meu campo emocional, ardendo,
Supurando chamas vivas, amargas, lançando
Torrentes de sofrimentos e gozos anestesiantes,
Revestindo a sua superfície de árvores galopantes
Orquestradoras de gritos cinestésicos e humanos
Em aflição, desarmada pelos próprios desumanos,  
Martelava nos versos do poeta: vamos obter a paz!

Ah! Confessa, reconhecendo a necessidade da PAZ!

Paz e amor, essências do bem-estar e riqueza do mundo,
Arvoram, desatinando as armas, despedaçadas a findo,
Zunindo aos quatro ventos, enquanto inversos da guerra.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Saudade, mãe

Saudade de uma mãe dói,

Ao lembrar que se foi
Ultimamente, ao silenciar
Dentro do seu quarto
Aquele grito de querer ficar
Driblando o espectro de um morto
Expectante para a levar, mãe!

Minha querida mãe
Ao lado do meu pai
Entes que Deus vos tenha!

Amália Faustino Mendes

 

domingo, 5 de junho de 2011

Obsesan pa Djamila

Pss minina, dexa-m txiga na bo
Pamodi oxi N intxi di koraji
Pa N kruzá-bu bu kaminhu
Pa Nu podi da un falinha
Pa nu buska un bom kaminhu
Pa nos dos é txeu inportanti!

Kel falinha li, el e inportanti pa nós
El ki ta midjora kel destinu di nos
El ki ta gia tudu kaminhu di nós

Ó rapazinho di pé rapadu
Bu atxa ma n tem tenpu
Sta na fazi falinha ku bó?
E pa bu pensa kenha e bo
Sinan, kredu, figa kanhota
Arka na monti, ba pa ria preta
Nsoli fiel di moska, agu tumtum!

D ja n pensa kem ki mi e y era
Jogu sujo ki N staba ne’l , dja era
Antis da-m oportunidadi di prova
Mi oxi e diferente, tenta komprova,
Inda N kre pa bu kre-m, sima n kre-u
L onji N sta di droga ku bebida ku freu,
A mi n larga tudo dja; nu trata di nos bida!

Kel falinha li, el e inportanti pa nós
El ki ta midjora kel destinu di nos
El ki ta gia tudu kaminhu di nós.


Gosi li, n sta kre-bu txeu dimás
Ka bu pensa na larga-n nunka más
Mi sta li ta promete-u nha mundo
Ku tudo kel ki n teni na fundo.

Fika ku mi, pa senpri,  nha kretxeu
N ta nbrasa-u, n ta Beja-u txeu txeu
Ka nu larga kumpanheru nunka más
Mi ku bo nu kre kunpanheru dimás!

Kel falinha li, el e inportanti pa nós
El ki ta midjora kel destinu di nos
El ki ta gia tudu kaminhu di nós.


Tradução para português

Obsessão por Djamila


Pst, menina, deixa-me chegar perto
Porque hoje me enchi de coragem
Para cruzar o teu caminho
Para que possamos ter uma conversa
Para procurarmos um bom caminho
Para nós dois é muito importante

Refrão
Esta conversa é importante para nós dois
Porque é boa para apaziguar alma nossa
Ela é que melhora este destino de nós dois
Ela é que guia a caminhada nossa

O – Ó rapazinho de pé rapado
B - Bem pensas que eu tenho tempo
S - Submeter em conversas contigo?
E - É preciso pensares quem és tu
S - Senão esconjuro-te, figa canhota
A - Alcança o monte, via areia preta
O  - O fel de mosca engolido, agua tumtum!



D- Dei por julgado quem eu sou e era
J  - Joguei sujo em que eu estava, já era
A - Antes dá-me oportunidade de provar
M - Mesmo eu, hoje, sou diferente, tenta comprovar
I - Inda eu quero que me queiras como te quero
L - Longe de droga, de bebida, de freio
A - Abandonei tudo já; tratemos da nossa vida

Refrão
Esta conversa é importante para nós dois
Porque é boa para apaziguar alma nossa
Ela é que melhora este destino de nós dois
Ela é que guia a kaminhada nossa

Agora mesmo, estou te amando de mais
Não penses em deixar-me nunca mais
Eu estou a prometer-te o meu mundo
Mais tudo o que eu tenho no fundo.
Fica comigo para sempre, meu amor
Eu abraço-te eu beijo-te muito, muito
Não nos abandonemos nunca mais
Eu e tu nos amamos demais!!!

Refrão
Esta conversa é importante para nós dois
Porque é boa para apaziguar alma nossa
Ela é que melhora este destino de nós dois
Ela é que guia a caminhada nossa.
Amália Faustino Mendes, 28 de Maio de 2011

Meu dia internacional

M eus pais chamam-me ainda bebé
E cheiram-me, inspirando como o rapé,
U ntando-me os lábios cheios de amor.

D ispensam-me tanto amor e carinho,
I dentificam outras crianças sem amor,
A rfando a respiração no peito, com dor.


I ndignam-se com crianças de tudo carentes,
N ormais, anormais, perturbadas e doentes,
T orturadas, sem nunca fumarem o carinho,
E xploradas em demasia, violadas num cantinho,
R ebatidas por maldade, inveja e arrogância.
N avegadas na essência da sua inocência
A spiraram, humanamente, um dia ser cidadãs
C rianças que qualquer outra tratasse por irmãs,
I ntegradas na sociedade, com uma vida digna
O bstinadas, persistem em cantar e dançar,
N ão desistindo de uma sobrevivência condigna
A licerçada nos direitos a um de Junho cobiçar
L egitimo DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA!

Amália Faustino Mendes
Dia Internacional da criança, 1 de Junho de 2011

Dia 5 de Junho

O Dia 5 de Junho, dia mundial do ambiente;
D evíamos tratar com carinho o ambiente
I dentificar ações benéficas e do mal ciente
A qualquer tempo, ano, mês, dia e vivente!

M udemos de mentalidade, cada um em particular,
U rdindo ideais que se materializam sem prejudicar,
N em o ambiente, nem a ecologia, nem a atmosfera
D ê-me a sua mão e façamos um grupo que se esmera,
I nspirando-nos em boas práticas protetoras da vida
A nimal racional e irracional, planta, a coisa querida,
L astimando na poluição, o efeito de estufa e a morte lenta.

D ê-me a sua mão e façamos um grupo que se esmera,
O rquestremos e entoemos em voz alta: deixemos esta era!

A mamos este mundo e queremos que ele persista…
M arquemos uma presença com amor, não desista!
B em-aventurados aqueles que protejam o ambiente
I dentificando suas práticas com este ideal decente
E scolhendo actos nocivos ao ambiente, deles afastar
N em que seja preciso algum sacrifício no belo estar
T endo que prevalecer o ser, cirandado no tudo ter
E stonteante, que não o deixa ver a desgraça do ser!

Amália Faustino Mendes, 5 de Junho de 2011