Seis letras
Teclam-se letras ambíguas
e sonoras
Letras que gritam com demoras
E perfilam por dedos
pensantes
Em cabeças de ideias interessantes.
São seis as letras em
ordem disposta
Formam tais palavras que
vi de costa
Uma das mais esfregadas,
quando achadas,
São utilizadas para produzir caladas.
As letras que vi tecladas
são emendadas,
As falhas graves, agudas
e enfadadas
São letras delapidadas em
montras
Donde o esforço é
desviado por mantras.
Se as bestas pastam descuidadas,
Letras ofuscadas, ainda escutadas,
Crucificadas em
praças deformadas
Teimosamente destilam alvoradas.
Para formar palavras de
certas cores,
Os dedos colam em
teclas estuporas
Letras voam com asas de
almas impuras,
Rebatidas em quedas
de grandes alturas.
Ah, ainda vejo essas letras,
mal apagadas!,
Letras ofuscadas, ainda que escutadas,
Letras que resistem em
ficar na tapada
E teimosamente destilam cada alvorada.
Amália Faustino Mendes