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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Tarrafal

Os dias convertem-se em noites
Vêm e vão os fins de semana inertes
Voam os meses sem eu ver Tarrafal
E sem pisar aquela baía triunfal.

Mas tu manténs como reféns
O meu coração e os meus vinténs
Que, um dia, as ondas da tua linda praia
Arrancaram e pousaram numa branca saia.

Guardo com afeto o ruído das águas
O chap chap mansinho nas tábuas
Dos teus botes sem medo de nada
Ou de alguém de uma certa camada.

Ainda sinto tua água morna que me batia
Suave como as carícias que eu sentia
E abria, com relaxe, todas as minhas entranhas
Para infiltrares o amor sem coisas estranhas.

Admito que hoje possas estar diferente
Que as tuas águas possam pular corrente
Que os teus botes possam sentir medo
De gente estranha com coração de penedo.

Amália Faustino, 15 Janeiro de 2013


Sonhos de aurora

Sonhos de aurora


Perdi o sono desde a madrugada
Quando o Sol pespontou um raio
P’ra despertar minha vigília afogada
Em sonhos duma aurora de Maio.


A lua,que ainda reinava pálida,
Sorria p’ra mim, bastante sonolenta
E os olhos da estrela d’alva atenta,
Liam meu nome escrito na areia cálida.

O mar lambeu, provou e gostou do resto
Como expressão dum amor virtual modesto,
Um simples recado copiado e passado à onda
Passado à brisa num sopro difuso de monda.



 

Um sopro de onda


Sussurrou ao meu ouvido um sopro de onda
A exprimir meu nome, pausado - meu amor:
Escuta em repetição os ecos desta ronda:
Eu confesso:só por ti tenho tão grande amor.

Minhas mãos trémulas, letras puderam escrevinhar:
Macuquinha di Naninha, minha grande amor
Minha timidez, meu receio de não te ganhar,
Meu coração parou de reter este saco de dor.

Escaldado e trespassado por amor sem incenso
Só ouso deixar este recado ao mar imenso
Que no vaivém contínuo, leva e traz recados
Seguros, em caixas confidentes de seus soldados.

Espero ter de volta uma resposta de alento
Clara ou velada, de ânimo embebido na coragem
Fortalecida pelo carinho a nosso contento
Que seja reforço do nosso querer sem miragem!

Amália Faustino

10 de Novembro de 2014

Sabes Porquê?

Sabes porquê?
Sabes porquê, meu Amor,
Que hoje o dia está mais belo,
Ladeiras coradas, sem rancor
Caminhos se abrem ao seu dispor
Covões com ecos de condor
As paisagens mais coloridas
As aves atravessam o cutelo,
Chilreando canções de amor?

Sabes porquê, meu Amor,
Que o teu segredo, ainda velo
Se ostenta agora sem medidas
Promovendo mudanças de humor
Que mudou a cor de  hoje para mais belo?

E vais saber porquê, meu amor
Que perdeste a dor de cotovelo
Que ainda vais ganhar as corridas;

Escuta também para ouvir o clamor
De teus entes queridos, em desvelo
Que reconhecem tuas atitudes polidas;

O exacerbado excesso de zelo
Deu lugar ao Primor dos atos!
E já consegues separar o farelo

Do milho que te colocam ao dispor!

Poetisa Sílvia Mota

Poetisa Sílvia Mota

Percorri montes e vales, fajãs e achadas,
Órbitas e labirintos, encostas e fachadas,
Escombros escorregadios com saídas rochosas,
Tentando obter a essência de artes gloriosas
Indagando inspiradas estrofes sobre o Amor
Saboreando talentosos versos talhados com primor…
Aqui no PEAPAZ os têm Sílvia Mota e outros poetas.

Sorte minha, Sílvia Mota, ao trazer-me para este espaço,
Íngreme para eu subir e descer no teu compasso,
Legrando os seus versos, onde sempre há semente,
Vestida de veludadas estrofes de qualidade conveniente;
Inspiro nelas em palavras que ideias brotam pelos dedos,
Antes que a minha mente feche e faça delas penedos.

Minha esperança em gritos, sonha um dia ser poeta,
Orquestrar na modernidade os somenos banidos
Trâmites navegados na beleza dos tempos idos
Antes que centrifuguem nas órbitas e pereça a meta.


Amália Faustino 


Nas esquinas da vida

Esquinas da vida


Numas esquinas da vida
Ainda se escrevem versos
Com uns sentidos e inversos,
Sem gerar qualquer dúvida!

As esquinas, outros criam-nas ainda,
Impondo meandros diversos,
Estremes de limites imersos,
E curvas deprimentes para a vida!

Mas os versos, eu escrevo-os, emocionada,
Jorrando palavras e pistas nos dorsos
Ossudos dos livros e écrans insonsos,
Revividos pelo tempo, sem medida.

Até escrevo estrofes como encomenda
Que a mente requer: palavras de sabores intensos,
Cheirando a mistura de sentimentos e consensos
De amor envolto na sorte feliz dum pára-queda.

Quando escrevo versos sobre arcos da vida
Percorro o mal e o bem em labirintos esconsos
Esgueirada entre setas e lanças, mas fico evadida,
Sobre penas brancas de poderes imensos!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

TERRENO E AS MARCAS






O MEU PORTÃO

O MEU PORTÃO

Quem se faz de portão de segurança
Pode obstruir as minhas passagens,
Mas também pode dar-me esperança
De usufruir as vantagens das  miragens.

Por dentro das miragens há boa finança,
Há boa comida, liberdade, trouxas de bens,
Ofertas de oportunidades de mudança
E tudo de bom e das melhores origens.

Sem contar com a proteção e fiança
Dos engrossados direitos humanos
Chovem névoas sobre toda a ofensa
E perdão que descola da injustiça.

E tu que és o meu portão preferido
Lembra-te quando nos encontrávamos
Aqui neste local encantado namorávamos
A lua ciumava nossos carinhos e beijos
E a sombra apalpava os nossos desejos.

Meu portão, minha saída p'ra a liberdade
Meu encosto fofo e afagante de sabura
Mas minha prisão de chapas de zingo

Que me convida a mudar de vida
 Buscando horizontes sem medida
Reverenciando momentos do passado
Como  argumentos para futuro melhor

Guardando mágoas, remoendo rancores,
Estes devem abrir seus portões interiores
Para sentimentos ruins passar e serem felizes.
Importante é saber que eles cerceiam
Eles se abrem e mostram caminhos a percorrer.
Sejamos sábios para saber quando neles adentrar

Ou quando sair para viver a vida intensamente

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MEU ANIVERSÁRIO DE 2015


bolos da AEHP