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domingo, 5 de setembro de 2021

VELAS DERRETIDAS (Helio)


 

VELAS DERRETIDAS

Há uma vela acesa e vê-la a derreter

É segundo aniversário que não vais fazer

Luz permanente na vela e tu, sem a apagar!

Inclina para um lado, vou te afagar

O teu couro cabeludo reduzido a nada…

 

Meu menino de sempre, meu camarada

Eras último a fazer anos em cada ano

Nunca pedias nada, só calor humano,

Direito comum que a qualquer um agrada.

E agora? Fazes anos dia e a vela derrete,

Sem sopro duma linda boca; e a vela derrete!

 

Mantendo a vela luzindo, teu túnel não veda

As minhas lagrimas, serpenteando na vereda

Revelando o percurso, a vela acesa derrete

Todos os dias, e não apaga tua presença!

Inolvidável! O fruto na flor, botão de esperança…

Na noite do dia de igual mágoa de perder-te,

Somei os anos desperdiçados, a rebater-te.

 

Amalia Faustino

5 de setembro 2021