VELAS DERRETIDAS
Há
uma vela acesa e vê-la a derreter
É
segundo aniversário que não vais fazer
Luz
permanente na vela e tu, sem a apagar!
Inclina
para um lado, vou te afagar
O
teu couro cabeludo reduzido a nada…
Meu
menino de sempre, meu camarada
Eras
último a fazer anos em cada ano
Nunca
pedias nada, só calor humano,
Direito
comum que a qualquer um agrada.
E
agora? Fazes anos dia e a vela derrete,
Sem
sopro duma linda boca; e a vela derrete!
Mantendo
a vela luzindo, teu túnel não veda
As
minhas lagrimas, serpenteando na vereda
Revelando o percurso, a vela acesa derrete
Todos
os dias, e não apaga tua presença!
Inolvidável!
O fruto na flor, botão de esperança…
Na
noite do dia de igual mágoa de perder-te,
Somei os anos desperdiçados, a rebater-te.
Amalia Faustino
5 de setembro 2021