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domingo, 18 de dezembro de 2022

NATAL, NATAL

 

NATAL & PROFANO

Nasce e renasce Jesus Cristo,
A cada 25 de Dezembro,
Trazendo ao mundo o visto,
Amparo, salvação, e a cada membro,
Luz para elevação ao Pai Celeste.
Natal, enquanto aniversário,
Assume-se como festa de berçário,
Templo de menino sem veste
Alojado numa manjedoura,
Lumiado pela estrela aurora.
Natal, símbolo de união familiar,
Amizade, amor e gentileza a reconciliar,
Trindade santificada por mérito,
Apologia da paz e do perdão ao mal,
Logro e doação de presente inédito.

Natal atual exibido como festa
Adornado com muito cobro
Tropeça sua essência manifesta,
Aumentando exageros em dobro,
Ludibriando a crença em Cristo!

Partilha-se menos bem do que se ostenta,
Reparte-se problemas com quem os aventa,
Odiando quem nada tem, só porque pede,
Fazendo muita despesa, que nem se pode,
Ao fim do mês, desespera-se como um coitado
Na sua habitual sobrevivência, bem animado,
Orgulhoso por seu fim de mês igualmente mal!

A falsidade vestida de verdade modelo,

Presenteia doces, amargos e aparatos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

chorar comigo

 

CHORAR COMIGO

Meu filho, vi-te hirto a chorar comigo!

Os meus gritos de dor, pentrantes

Até às paredes rachavam, reentrantes

E as lágrimas esvoaçavam teu amigo.

 

Meu filho querido, queres que ore?

Sei que não queres que eu chore;

Peço a Deus que esteja contigo

Que te acolha e teu corpo restaure.

 

Olhei para o céu, vi Deus já Teu Amigo;

Orei, pedindo-lhe que te trate como filho

Que te ampare na Sua Glória de brilho

Onde tudo vês de olhos colados,

Ouvidos para ouvir são dispensados

Sentidos sensíveis ainda bloqueados

Mas todos os sinais vitais reavivados.

Prometo: em orações sempre VOS ligo.

 

Em sonhos vigilantes, escutei Deus

A garantir-me a tua felicidade nos Céus,

A estancar a corrente que jorrava

Dos olhos, que, aos gritos não parava.  

 

Amália Faustino              16 de Dezembro 2022

A 13 de Janeiro de 2023, três anos sem ti, Lely

Não te procurei

 

 

Eu não te procurei

Tu não me procuraste

Querendo ser meu rei

Vai ser tud’um traste!!!

 

Teu reinado acabou

Foste muito impostor

Desconheces o amor

De quem erros perdoou

 

Amália Faustino

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

MUDJER FLOR

 

MUDJER  FLOR

Mudjer ê flor na boka di jardin floridu

Mudjer ê flor di urzela na odju’l penedu

Mudjer ê valor pa kenha ki tem valor

Ki sâbi bitola-l sem pudor, nem favor.

 

Mudjer ê flor di margarida na sol di dia

Mudjer di noti ê um boton di orkídia

Na sabedoria di kenha ki sâbi avalia

Flor roza, pa sê carater sem marezia

 

Mudjer e flor y frutu di séta ku pega-saia

Ki ta agarra, ta lapi, pur amor, sen râkua

Ta puxadu, ta rinkadu, sikré ku mágua,

Kebradu, motxokidu, fuliadu, el ta faia!

 

Mudjer e un pena, pur pena ta dismaia

Mudjer dispérta, pur amor ta kapri lágua

ku dor di tudu gritu silensiadu, ta bâkua

Mudjer é pétalas fitadu ta boia na praia.

 

Amalia Faustino 

8 Dezembro de 2022

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

PAGA & PAGA

PAGA & PAGA

 

PAGA & PAGA

 

Sol tenta insêndia te ropa sekadu!

Panhadu a tenpu, pa ka paga pa liza

Ilhas ta namora mar pa agu ka falta

Mar ferbi, solta vapor ki subi latxi.

 

Nubri ta rasta na kornu di noti

Sima manta di mareku’l nhu Pinoti

Ki lua ta smira un greta pa izibi

Un beleza parda di minina pasada.

 

Txuba ku fita, ta faze skodjensa

Tenpon dentu d’algudân sukundidu

Ta pila sê ‘kotxi pó’, un dia k’e futi

P’e txora, p’e lora, nen se la Lora.

 

Dja konxedu se inprevisibilidadi,

ka ta pustadu se keda! Paga pode da paga!!!

Si pustadu, ta perdedu y ka ta pagadu

Li dja kustuma pagadu ken ki ka paga.

 

Arrenga ta da moketi te na polítika.

Séka ku seka ka tendu!!! Sô txuba pa fika:

Txuba di amizade, txuba di dinheru

Txuba di flisidadi y amor verdaderu.

 

– ka pa paga! Ka bun paga nen ken ki ka paga!!!

 

Kalker txuba ki bem, resebi kontenti;

Si bem dimás, ta tokadu kalderon

Sima tambor di kompasu, y reza p’e pára

Sen stragu; Na natureza so Deus ki ta manda.

 

Homi ku se força di runheza, ku se dibra

Paga sem paga!

 

10 de julho 2022

 

PAGA & APAGA

 

O sol tenta incendiar até a roupa secada!

Apanhada a tempo e não paga para alisar

As ilhas namoram o mar, água permanente

Mar a ferver, vapor solto e fugitivo.

 

Nuvens arrastando no corno da noite

Como se fossem   manta do mareco Pinoti

E a lua espreita uma greta para exibir

Uma beleza parda de menina passada.

 

A chuva,   brejeira, faz destrinça

Um tempão em algodão esgueirada

A dançar “Kotxi pó” e um dia escapa

Põe-se a chorar, a rolar, ainda que na Lora.

 

Conhecida a sua imprevisibilidade

Não se aposta se chove. Pagar gera apagar!!!

Apostar, perder, apagar se não pagar…

Aqui apaga-se quem não pagar.

 

Arenga gera agressão até na Política.

Sem seca com a seca!!! Prefere-se a chuva:

Chuva de amizade, chuva de dinheiro

Chuva de felicidade y amor verdadeiro.

 

Não apague!

É contranatura apagar mesmo quem não paga!!!

 

Qualquer chuva que venha, recebe grato.

Se vier em excesso, toca caldeirão

Como tambor de compasso, rezando p´ra parar,

Sem fazer estragos. Na natureza só Deus bem manda.

 

Homem, força de sua maldade e dívida,

Apaga sem pagar.

 

10-07-2022

 

 

 

 

  

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

AMIZADE

 Amizade

Cada pessoa que te conhece
É uma folha que à tua árvore enverdece
E se algumas amarelecem e ao vento vão
Outras persistentes nunca embora vão
E com afeto afetam os valores da alma.

O vosso carinho alisa a aspereza
Das paredes do vosso espírito
E a espinhosa maldade desencrusta,
Permitindo a amena bondade instalar
O bem querer altruísta nos vossos corações.

MULHER DE MENTIRA

 

Mulher de mentira!!!



Se mulher mentiu vida inteira

E viveu mentira verdadeira,

Carimbada na sua psique

Afundou sua mente a pique.



Mulher de essência verdadeira

Brota pela janela soalheira

Seu crédito em equilíbrio

E atribulações num viçoso brio.



Sua mentira que até engana,

Até lhe esgana e lhe profana;

O espetro pesado nos ombros

Segue o sucumbir sob escombros.

CABO VERDE AO VENTO

 

CABO VERDE AO VENTO

 

Aqui e lá, vagueia meu pensamento

Como se estivesse em toda a parte:

Ora estou em Cabo Verde, ou aqui tento,

E nada prende meu espírito na sua arte.

 

Hoje, acordei aqui, sob sol cinzento

Desfiz as rugas da noite no momento

Alisei no país,o percurso para o dia

E pedi calma ao vento que assobia.

 

Penso em Cabo Verde, vento e poeira,

Solteiros inseparáveis

E durante sete dias contáveis

Percorrem o país, mar, cutelo, ladeira.

 

Fim de semana vagueiam pela cidade

Sol, suor empoeirado, sem novidade

Olhos e nariz vedados à beleza

Da cor ao cheiro da natureza.

 

Tudo por culpa de algum vento,

Tudo e todos, de África entram

Tudo e todos da Europa entram

Tudo e todos de America no evento;

 

Da Asia chegam vírus em voo lento.

 

Cabo Verde acolhe tudo, calado,

O município aceita, de chave dado

Vento e poeira, norteiam o caminho

Cantando e dançando em redemoinho.

 

Patriados ou repatriados ficam.

Porta aberta, entrada e saída

Janelas com grade sem peneira

Entra o bem, certos males trancam.

 

Como se não fosse independente,

Cresce o império da pandemia,

Ao vento e à poeira precedente,

Rói à vida a saúde que já bramia.

 

Amália Fautino Mendes        21 de Novembro de 2020

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

TEMIDA MORTE

 

A TEMIDA MORTE

A morte é temida como um monstro
Que surpreende pela invisibilidade
Carregando arma letal de variedade
Escolhida a tempo de um ou d’outro…

Ninguém adora a morte, nem na idade...
Nomes Partida, Falecimento, Fatalidade
Punhais enfiados em coração d’outro
Em sofrimento por eterno desencontro.

A morte é temida como um monstro
Que amedronta e ataca com impiedade
Como se presas fossem sua inimizade
Suas vidas, armas para desconstruo.

A morte é temida como um monstro
Por quem nada nas dores da saudade
De rastos com mágoa de infelicidade
Em revolta explosiva como demonstro.

 

A morte procura-me sob os escombros

Autêntico monstro que me  leva aos ombros

Se não me arrastar e despedaçar aos bocados

Alguns, vida em fuga, e me refaço de trocados.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

PROFESSOR E A PAZ SOCIAL

 

PROFESSOR E A PAZ SOCIAL

1

Um professor acabado não se produz

Nem se reduz no fim da vida profissional;

Ele nasce, cresce, vive, reproduz,

Mas não morre pelo título e cabedal!

Refrão I

Seja orgulhoso por ser um professor,

Procure ser um livro de amor e paz

Que se esfolheia e se leia pra ser capaz

De superar modismos para crescer!

2

O valor social dum professor se reproduz

Permanece depois da vida profissional

Porque ele cresce, induz e reproduz

Entidades de grande aceitação social!

 

Récita 1

No início move muitas esperanças

Termina a deixar suas lembranças

Se marcar a mente d’aprendente seu

Através das funções que exerceu.

 

3

Um professor que é multifuncional

É lavrador da personalidade,

Psiquiatra da criança e da mocidade,

Lhes coordena a inteligência emocional

 

Récita 2

O professor pode introduzir mudança

Na mente de cada um dos educandos,

Instrui-los para perdoar com tolerância,

E enfraquecer-lhes atitudes de desmandos.

Refrão II
Invista no futuro dos aprendentes

Insista com eles e não desista;

Lembre-se sempre de lhes deixar pista,

Dicas e chances de vida surpreendentes.

 

4

A educação exibe o valor da vida,

A vacina  anti-crime pode injetar

Ainda exercita os alunos a não quitar

E promove só a conduta adequada!

5

A paz social pode reinar e preservar,

Se a tolerância germinar e puder crescer

Como aliado da paciência para perdoar

E isso faz a integração aperfeiçoar.

 

Amália Faustino       Abril de 2012

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

AVÉ MARIA

 

AVÉ MARIA

Amanheceu aqui, graças a Deus

Veio a voar a claridade turva

É relâmpago, é trovão, é chuva!!!

MARIA, avé, pela graça de Deus

Atue, auxilie, ajude a pedir perdão;

Reze e interceda por filhos seus

Inclui na prece junto a Deus:

Aceite atenuar o sofrimento humano.

Amália Faustino              21 abril 2021

 

meu aniversário

 

MEU ANIVERSÁRIO

 

Começando o mês de julho

Começa em mim o barulho,

Castrando a vigorosa calma

Com que lavo a minha alma.

 

Vejo aproximar a trapalhice

Ao fazer anos de velhice

Vindo arrebentar meu orgulho

Já lixo de botar no entulho.

 

E eu, num curso no pedregulho

Ainda sem diploma de solidão

A energia de sol e divino marulho  

Parabenizam-me, dão-me mão…

 

Aceito ressuscitar de corpo e alma

E, com calma, silencio na alma o barulho,

Estancando a velhice e a trapalhice

Com Deus e universo em uníssona ação.

 

Amalia Faustino

sábado, 30 de julho de 2022

ERMELINDA FURTADO

 ERMELINDA FURTADO

 

Eu, mãe,  sinto o teu amor perenizado na mente,

Ruminando na minha memória que não pára;

Meu corpo e alma sob as tuas asas, sem algazarra, 

Espelham a mãe ursa, protetora e condão de vara,

Lucrando da tua bondade e espírito benevolente 

Impulsos energéticos incluídos num pacote potente!!!

Navegas ainda em nós, netos e eu, ausência cara

Deixada por ti, mas tudo de bom que em nós deixara

A aurora dos tempos percorre ao pôr do sol no poente.

 

Fizeste de mim bebé bonita a olhos sem lente

Uns olhos especiais de mãe fazem beleza rara.

Rir da fealdade? Autêntica falta de visão comovente!!!

Troca de postura e fica à altura da beleza rara,

Aprende a amar afetuosamente teu pertencente,

Dom da vida? Valoriza semelhante a Deus e encara copioso

O belo no cotovelo, o valioso no bondoso não vistoso.

 

Amália Faustino

Dia da mãe 2 de maio de 2021


ONESIMO SILVEIRA

 

ONÉSIMO SILVEIRA

 

O “povo das ilhas quer um poema diferente”

Nem que seja um manifesto polivalente;

Escrevam, mas escrevam poema diferente

Semeiam sons surdos deste arquipélago

Inclusive em Santa Luzia, palavras voadoras

Moldadas pela urgência do rebento plantado

Onde a secura dura na altura e cai no achado;

 

Se o poema que escrever for diferente,

Independente do pensamento e da mente

Lavra, em alerta, caminho da liberdade

Verdades destronadas do gancho da idade,

Esgueirando entre reis e convivas, com vivas

Instantes da consciência confinada na zoada

Remando contra a marés e razões quebradas

A favor de um Cabo Verde com identidade.

 

Amália Faustino       29 de abril 2021

AVE MARIA

 

AVÉ MARIA

Amanheceu aqui, graças a Deus

Veio a voar a claridade turva

É relâmpago, é trovão, é chuva!!!

MARIA, avé, pela graça de Deus

Atue, auxilie, ajude a pedir perdão;

Reze e interceda por filhos seus

Inclui na prece junto a Deus:

Aceite atenuar o sofrimento humano.

Amália Faustino              21 abril 2021


ÁLCOOL E AMIGO

 

Álcool e amigo

 

Creio que sejas o amigo que ando à procura!

Descobri nos teus olhos o brilho do bem-querer,

Na tua mão, experimentei uma onda do teu o calor

Incólume, expirava a amizade de valor,

A antítese das mudanças operadas pelo poder.

 

Instiga a tua afeição, libertando o teu carinho!

Normaliza o teu próprio ser desfeito em vinho,

Toca-me sem receio, com dileção te sentirei

Entra no jogo de amizade comigo, parte farei.

 

Responde ao palpitar do teu coração, teu rei

Negando perfumar-se com álcool, e eu te direi:

Amigo! Abraça-me e me enrola como preferes

Comunga do afeto que tanto bem faz aos seres,

 

Insiste e não nega a fingir a amizade de teres;

O afeto que todos desejam, faz crescer a pujança,

Nutre benquerença e esperança à tua nascença

Arquitetada com desvelo dos pais e superiores seres.

 

Liga-te a mim, quero-te como amigo que ande!

Vem, juntos faremos mudança de vida em grande!

Dá-me a tua mão, fica bem e com ele não mexa

Deixa o álcool. Nem no desespero fazes queixa.

 

 

Amália Faustino

Amália Faustino