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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Companheirismo

Começar uma relação, expetante,

Obter um companheiro amante

Motivado de início para conviver 

Pela estrada presente e futuro viver

Amar embebido na amizade

Nutrido pelo carinho de verdade

Humanismo inculcado em tudo

Entrega incondicional, sobretudo

Ideais ajustados por regras flexíveis

Ruindades repatriados, rotuláveis 

Investimento  da bondade no coração 

Surripiados à saída a pior versão

Moldando, melhorado em promoção

Olvidando erros corrigidos,


Nesta era de companheiro fingido 

Um parceiro preferido 

Legitima toda a incerteza, 

Ó Deus, tome conta da natureza-

terça-feira, 9 de novembro de 2021

QUINTA FEIRA

 

QUINTA FEIRA

Quando acordei, dei olhar ao relógio

Urdiam seis horas de feliz por Deus me acordar

Iluminada por um amanhecer de sol ao pódio

Neste outono atónito, inverno a deambular

Traquinas, entre nuvens ao vento bravio

 A exibir dotes de capoeira fria, a chicotear.

 

Faz o que tem a fazer, com fé e foco a reencontrar!

Elege quinta feira submissa à sexta, sem imbróglio

Inclui no pacote fim-de-semana, felicidade no ar

Ruindades de amor e ouriçadas de sufrágio

Arqueados sobre o BEM e carinho a dar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

DIAS SEM NOITES

DIAS SEM NOITES

            Desde sempre uma coisa sabia:

            Do que me mostrava e desejava

            Do que havia e queria

            Do que não tinha e necessitava…

           

            Sabia que sofria e não dormia

            Se noites houvesse, esperava

Se viesse, p’ra lua me levaria…

            Mas ardia ao sol que me queimava.

           

            Intacta, o fim de semana seria

            Sem sábado que me chamava

            Sem domingo que me queria

            E um atrás doutro eu me enfiava…

           

            Sem asas, cada dia voava

            Toda noite murcha me fundia,

            Rendida no nada que me regava!

            E a secura irritante me torturava.

           

            Nenhum clima, nem água desprendia,

            Escorrendo o suficiente que me molhava 

            P’ra amolecer rachas que havia!

            E torrava exposta ao fole que soprava!

           

            Fundida nos dias passantes, enfurecia,

            Isolada nas noites de lua, só chorava

            Por dias que iam passando, sem euforia

            Por cada noite que de nada contava.

 

            Oh gente! Nestas ilhas é assim a provar:

            Dias sem noites, sol, praia e mar à volta

            Noites de brisas, morna às ilhas escolta

Na secura sedenta, dias vão e vêm sem lavar.

 

Amália Faustino, Junho de 2015