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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

PAZ QUE O MUNDO PRECISA (acróstico)


 Parei diante de uma flor

Acenava para mim, feliz

Zurzindo de mim o bolor

Que carrego como verniz

Untado no fixo de mim, a cor

Entalado entre dor e amor

O estranho no conhecido

Mundo em cortes dividido

Universidade na falsidade

Nulidade da humanidade

Desforra, desamor, desumanidade.

Orquestra de mísseis na cidade

Pulular de rokets na imensidade

Reco-reco de artilharia na herdade;

É vida na virada do valor da idade

Canonizada na posterioridade

Içada pela flor, do fundo do mundo.

Soterrada no espírito  imundo

A PAZ bufada pelo AMOR moribundo.


Amalia Faustino

29 novembro 2023

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

TARRAFAL

 TARRAFAL

Aqui é manhã do fim de Outono
Um nevoeiro denso tapa-me o sol
Meu espírito vagueia por Tarrafal
Voando, nadando na piscina natural
Que a cidade ancora e visitante adora,
Percorrendo areia antes de ir embora.

Permanece no meu espírito a juventude
E o tempero docente dos vinte e tais anos,
Adoçantes alunos no meu leite da manhã,
Galinhas fritas grávidas e paridas
Nas mãos de Nha Lúcia, Nha Martina
E Pinton séria contadora de partidas.

Ah TARRAFAL!

Sob a guarda do Monte Graciosa
Vento ruim fragmenta-se sem tiros
As ondas mansas da praia rolam
Como focas a divertir turistas
Que se envolvem na simpatia
De bons citadinos e se contagiam.

Revivo na areia dourada a riqueza
Revejo na calçada negra a força
Deslizando-me dos olhos aos pés
E o mar adere aos meus sonhos
Abundando nele a fartura refeita
Da peixaria nutrida na natureza.

Tarrafal, sendo molde de gente boa
Acolhe e transforma em bom
Quem la for com espírito mau,
Espatifa o vento no Monte Graciosa
Espurga o mal em voo ou a nado
E pega sorte na bondade da natureza.

Amalia Faustino
16 nov 2023