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terça-feira, 29 de maio de 2012

A força da paixão


De um lado ele, do outro, ela…
O mar e a terra separando os dois
A mesma chama queimando a ele e a ela
Ambos não contêm o expirado fôlego de bois!

E ouve-se de lá chiando os dois
A  terra e o mar que observam,
A conter  energia dos dois sóis
Que sem as mãos não desbravam.

A energia contida nos órgãos
Fazem-nos avolumar, respirar,
E latejar, sem dor nos pés e mãos,
Mas sim de prazer a enfartar.

Se é o que arde que os faz espirrar,
O que é doce os faz lamber os beiços,
O que é salgado vai a tensão alterar,
O corpo em tudo redobra em esforços.

Que coisa é essa que sinaliza a vitalidade,
Enlouquecendo qualquer um que a porta,
Desrespeitando preconceitos da sociedade,
Sem desprimor pelos valores que importa?

Essa coisa é a atracção de dois que se queiram,
E se entregam, cegos por quem se lhes vê,
Ensurdecidos para o que deles se ouve,
Sem sentir o cheiro que no momento exalam!

A atracção confisca a fraqueza e confere forças
Mais do que o ardor de Camões, o amor é doce
E omite qualquer sofrimento, sem esforços,
Só requerendo a ausência de foice e coice.


Amália Faustino, Santiago de Cabo Verde

Mundo em pena


É penoso ver pagar entes
Por actos de outras mentes
Que em tempos remotos
Semearam venenos a lotos.

Se a lotos andam em jogos,
O presente é ganho a fogos
Que o tempo dribla em nó,
Num futuro afundado sem dó.

A humanidade desregra-se,
Vem o mal e perpetra-se,
Trepando-se a olho nu, visto
E a terra está cheia de quisto.

Sol acende, mar fumega, terra racha,
O céu, em poder mancha
Gotas mil vêem-se em derrame,
Range tudo, pondo todos a leme.

Confirma-se em tudo a atolada:
Ladeira e corpos em derrocada
Víveres, pedreiras em barreira
Imparáveis ao azul vão à abeira.

Pesadas vacas bóiam sem rumo
Árvores, de raiz em flor, acenam
E aves vêem, esvoaçam e rodopiam,
De seus peitos palpitantes, sai fumo!

Peixes de barbatanas em leque
Ginasticam no turbilhão da água
E, prepotente para que nada fique,
Para lá arrasta, extinguindo a mágoa!

O mar, sem tempo para acatar as algas
Desertou seu fundo que se manifesta piegas,
Indicando vias cruas e nuas pelo toque
Onde os seres se encontram em desfalque.

A Terra, essa deixa-se decompor:
Tornados formam-se para transpor
As barreiras fronteiriças artificiais,
Cortando aldeias e densos pinhais.

E no rasto da destruição se nota:
Telhados voados já sem conta
O que torna evidente a falta de cota
Que na reunião se deve, mas não se vota.

Cai o orçamento num plano desfeito
Afrontas iguais a pobres e sem jeito...
Os menos ricos sofrem a dor do peito
Bolsas, bolsos e contas com defeito.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eu confio em si


Eu confio muito em si
No SENHOR, grande confiança
Que lhe realiza toda a esperança.
===
Desde sempre confiei em si
E NELE, ainda mais fiança
Adquiri com temperança.
===
Eu confiarei NELE e em si
Na profundeza do meu ser
Na grandeza desse SER.
===
Creiamos todos num PODER
Imbuído de grande bondade
Que nos garante a felicidade.
===
Ó meu DEUS, creio em SI
E com seu poder, dai-me Graças
Resistentes a quaisquer traças!
Amália Faustino, 2 de Maio de 2012