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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Pão de paralelo

 

PÃO DE PARALELO

Esta manhã quis escrever uns versos

Imaginando imersa em sons dispersos

E monossílabos crioulos a destroçar

Ecos de músicas p’ra ouvir e dançar

Revirando pensamentos controversos.

Escrever pau, pedra ou pão e diversos,

Orbitando entre mim e mesa, sem roçar

Expelindo de mim sonhos bem despertos

Eu rodava meu carro no asfalto, sem troçar

Do empedrado percurso de S. Miguel ao Tarrafal…

E agora? Jardins e tambarinha por esvoaçar!

Sobrevoar, rodas no ar, ou contar paralelos

Revoltados os “V”, de vida feita a martelos

Pedra de valor do pão, p´ra morte fracassar

Numa crise assada em britas e pedras modelos!

Britas e paralelos na estrada já sem martelos

Latas de lascas de pedras sem mulheres a tropeçar

Montes a carrada, roubada ou vendida aos apelos,

Ah! paralelo, pedra talhada a martelo, pernas a coçar

Homens, contando um por um pão em cada cutelo!

No tempo do asfalto foge tanta memória

Mas o paralelo no seu passado presente na via

Nem olvida a pedra da calçada portuguesa

E agora, qual jovem admite pedra a fonte do pão

E o sobrevivente da era colonial? Vesga de carestia!!!

 

Amália Faustino Mendes                     28 agosto 2020

pão de paralelo

 

Pão de paralelo

 

Esta manhã quis escrever uns versos

Imaginando imersa em sons dispersos

E monossílabos crioulos a destroçar

Ecos de músicas p’ra ouvir e dançar

Revirando pensamentos controversos.

 

Escrever pau, pedra ou pão e diversos,

Orbitando entre mim e mesa, sem roçar

Expelindo de mim sonhos bem despertos

Eu rodava meu carro no asfalto, sem troçar

Do empedrado percurso de S. Miguel ao Tarrafal…

 

E agora? Jardins e tambarinha por esvoaçar!

Sobrevoar, rodas no ar, ou contar paralelos

Revoltados os “V”, de vida feita a martelos

Pedra de valor do pão, p´ra morte fracassar

Numa crise assada em britas e pedras modelos!

 

Britas e paralelos na estrada já sem martelos

Latas de lascas de pedras sem mulheres a tropeçar

Montes a carrada, roubada ou vendida aos apelos,

Ah! paralelo, pedra talhada a martelo, pernas a coçar

Homens, contando um por um pão em cada cutelo!

 

No tempo do asfalto foge tanta memória

Mas o paralelo no seu passado presente na via

Nem olvida a pedra da calçada portuguesa

Que pouco jovem admite como fonte do pão

E o sobrevivente da era colonial vesga de carestia.

Amalia Faustino 28 de Agosto 2020

poética lírica fingida

 

Poetica lirica

Um louco assumido exibe o amor sentido

Um lírico assumido idealiza o amor preferido

Com uma ciranda de palavras para deleitar,

Alguém avulso ou visado para acalentar,

 

O poeta é um rolo de parábolas a dirigir

Investe bom e melhor em fingir

Coloca o afeto num labirinto a rondar

Com trombas de esperanças a driblar

E bafos de amor rodeando a boca ao fugir.

 

Acenos de amor pardo a simular

Para uma estrela a cintilar,

Bolas de nuvem interpolar

Sombram perversa o coração a cochilar

 

 

Não seja burlão nem alguém de aurículas

E ventrículos impregnados de partículas

De males enferrujados por dióxidos de ódio 

E sentimentos azotados em rachas de pódio

 

Prefira ser um pateta lírico e romântico

Que preenche alguns vazios da vida;

Porque estatuto artificial encarcera e azeda

O humor e o amor deluídos no Atlântico.

 

tempo de desespero

 

tempos de desespero

 

Peço encorajamento a Deus 

Porque sei que meu povo enfrenta
tempos de desespero,

seca, pragas e colheitas fracas,

terra desolada e destruída.

 

Meu Deus, perdoe o ser humano

Por cometer erro por engano

Ao vir a consciência,

Exibe arrependimento;

 

Deus abençoe-nos

Com todo o Seu coração bondoso.

 

 O Senhor, Deus da Aliança de Israel,

Jesus tem feito sacrifícios por nós,

Fez grandes coisas para libertar seu povo

Aceite seu arrependimento com seu poder gracioso.

E a terra pode regozijar.

Seu povo ser feliz também!



Pão & Pedra em contrução

Qualquer indivíduo vem ao mundo

Trazendo seu destino e pão na mão

Fome e fartura na barriga, ao fundo

 comigo 

Ia-se formando gritos de pregão


Minha boca experimentou

Todo o tipo de pão


sábado, 22 de agosto de 2020

Da pedra ao pão

 

Em cada doze, dois meses podem molhar

E se a terra amolecer é p’ra o pão brotar

Entre pedras duras e chão, diferente moleza

Mesmo que seja democrática a natureza

O pão p’ra cada um, tem diferente dureza.

 

Soprando a fresca brisa, escurece o matacão

Sinais do tempo d’azágua em Pilão-Cão:

Sua gente desata a medir sementes a calhar,

Sua bandola cheia, enxada ao ombro desce a cavar,

São quadro, dois por cova e três pedras p´ra enganar!

 

E semear o pão entre pedras, de cutelo ao covão,

Macaco ou corvo, ou pelada esfomeados como são

Trepando ladeiras de pedras, desarrumando betão

As folhas verdinhas do pé de pão tentam desventrar

Entre as três pedras e o chão amolecido ao molhar.

 

Costas sob a chuva rara, ou ardente sol a brilhar

Pés fincados entre pedras, ao massapé mergulhar

A monda, a remonda e toda a faina por realizar

Ocorrem por conta e custa da esperança no pão

E pelo camponês, por apego ou inerência de função.

 

 Amália Faustino

21 de agosto de 2020

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Bom dia presente

 

BOM DIA PRESENTE

 

Se alguém diz um “bom dia ” intencionalmente

Duas palavras voam d’alma, coração e mente:

Amor, amizade, carinho em consciência vertente,

Ruminam sentimentos de afeto de quem o sente

Exalando um bem querer e bom desejo subjacente!

 

Ninguém alheia amor, nem amizade patente,

Quando forem produzidos efetivamente

Se brotarem do coração de quem os sente

Como sentimento positivo, festivo e reluzente,

Igual ao querer bem outra pessoa diferente.

 

Ao desejar a alguém um ”bom dia” vira presente

Se saírem dois braços do coração, suavemente

Num abrir e fechar, apertando afetuosamente

Alguém de carinho, amizade e amor congruente

Correspondente ao produto do coração e mente!

 

As palavras suaves sopradas no “bom dia”, volatilizam

Expressões de afeto e carinho, soltam e cheiram,

Perfumam e adoçam e o ambiente suavizam,

Relação fortalece, as pessoas envolvidas fomentam

O clima social encrespado dum “oi” ouriçado, amenizam.

 

Dizer bom dia, refletido, ultrapassa a obrigação,

Cumprimento, regra social para corpo e alma em ovação;

Expelir bondade como dom e necessidade de coração

Ostentar bons desejos a outrem, regula a bílis, a circulação

E o sangue oxigenado agiliza o cérebro e facilita boa ação.

                                                                                                         Amália Faustino 25 Julho 2020