Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 28 de julho de 2023

o silêncio da verdade e LADO A LADO

 

O SILÊNCIO DA VERDADE

 

Há silêncio abafante da verdade

Exibindo mentira com estonteante vaidade,

Em gritos antagónicos de veleidade,

Fundindo desumanidade em crueldade.

 

Há silêncio oculto na necessidade

Atormentando a voz da finalidade

E operações de especialidade

Volatilizam a PAZ com atrocidade.

 

E o silêncio total da humildade

Exalta insignificância da humanidade

Onde gritos de paz roncam banalidade,

Ignorando sonoros sirenes na comunidade.

 

LADO A LADO

 

Como podemos caminhar lado a lado

Se teus passos longos são rápidos

Teus palmos extensos são ávidos

Teus dedos ágeis são tão versáteis

Que arrebatam ideias mais voláteis?!!!

 

Como posso caminhar a seu lado,

Se eu engulo em seco o vazio mascado

Ouvindo meus dentes a ranger, desafinado

Por frio ou por medo do nada alcançado

Na vida ao calor do sol, ardendo de afronta?

 

Eu não desisto disto, invisto daqui de frente

Sabe-se disto: Estás em tudo à minha frente

E à distância, encontras progresso fácil e potente,

Que mesmo o teu sol no poente é imponente

E eu espalho escuro doirado, incandescente.

 

Amália Faustino Mendes

 

Triçando com os cornos

Tudo de frente, triçando
Com os cornos assegurados;
Às sacudidelas, tombos dados
Reviradas quedas, gatinhando... Parecendo gato e as sete vidas
De pelos em arames erriçados
As unhas à manicure exibidas
Como se envolvesse rebuçados

Ainda quentes da feitura.

Nada fácil vale igual na mente
Valor não é preço marcado
 


ESPERA Estou a separarE vou separar-me

quinta-feira, 27 de julho de 2023

ESPERA... RETALHO

 ESPERA

Estou a separar
E vou separar-me
E se assim digo
É assim que faço!
Separo-me de mim
E entre mim e mim
Procuro-me e ofereço
O que de mim encontrar.
........................
RETALHO

quinta-feira, 20 de julho de 2023

BOM DIA , DIAS SEM NOITES, EM CRIOULO

 

BOM DIA

Se alguém diz um “bom dia ” intencionalmente

Certas palavras voam d’alma, coração e mente:

Amor, amizade, carinho, em consciência vertente,

Reforçam sentimentos de afeto de quem o sente

Exalando um bem querer e desejo subjacente!

 

Ao desejar a alguém um ”bom dia” vira presente

Ao saírem dois braços do coração, suavemente,

Num abrir e fechar e apertar afetuosamente

Algo de carinho, amizade e amor congruente

Produto e ação da mente correspondente!

 

Se palavras suaves sopradas no “bom dia”, volatilizam;

Expressões de afeto e carinho, soltam e exalam,

Perfumam e adoçam o ambiente que suavizam,

Relação fortalece, as pessoas envolvidas fomentam

E clima social desencrespa com “ois” que amenizam.

 

Dizer bom dia refletido, ultrapassa uma obrigação,

Falar mantenha, regra social, necessária ao coração

Expelindo bondade, corpo e alma em ovação,

Ostentando bons desejos, bílis regula a circulação,

Sangue oxigenado, cérebro ágil, fácil boa ação.

 

Ninguém alheia amor, nem amizade potente,

Se forem produzidos afetuosamente,

Se brotarem do coração de quem os sente;

Se for sentimento positivo, festivo e reluzente,

Sentido como querer bem à pessoa diferente.

                                           

     Amália Faustino 25 Julho 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EM CRIOULO

 

Cabo-verdiano está aqui e em toda a parte,

No país ou na diáspora, ligado em crioulo;

Sampadjudo ou badio, igualmente crioulo

Aglomerados, reuniões, raciocínio? Em crioulo.

 

Cabo-verdiano, na sua nação diasporizada

É emigrante a gesticular fala desenrascada

Em língua estrangeira, gramática rasgada

Elegância nas palavras mágicas, em rodada.

 

Em língua d'acolhimento desenrasca no trabalho,

Processando em Língua materna, no seu crioulo!!!

E para atrair ou repelir outro, farpas em crioulo

E na canseira e raiva, ou crioulo ou baralho.

 

Ah! cabo-verdianos, amor e carinho Crioulo;

Na terra longe é morabeza, grogue baza crioulo

Coladeira, batuque, torno com brio, em crioulo

Funaná, mazurca até no andar; e a morna em crioulo.

 

Falar com toques e gritos é típico do crioulo;

Abraços de saudade, beijo furtado? Em crioulo;

Até em pandemia, máscaras debaixo do queixo

Boca e nariz à solta, é p’ra falar crioulo sem fecho.

 

Mas na pandemia? Paciência! Aguenta, crioulo!

Bom tempo virá, limpo e livre do vírus do contra!

Sorrisos soltos, gargalhadas de alegria na montra 

Mar de abraço, esperança de saúde forte, meu crioulo.

 

Amália Faustino Mendes       2 de Novembro 2020

 

  DIAS SEM NOITES

 

            Desde sempre uma coisa sabia:

            Do que me mostrava e desejava

            Do que havia e queria

            Do que não tinha e necessitava…

           

            Sabia que sofria e não dormia

            Se noites houvesse, esperava…

 Se viesse, p’ra lua me levaria…

            Mas ardia ao sol que me queimava.

           

            Intacta, o fim de semana seria

            Sem sábado que me chamava

            Sem domingo que me queria

            E um atrás doutro eu me enfiava…

           

            Sem asas, cada dia voava

            Toda noite murcha me fundia,

            Rendida no nada que me regava!

            E a secura irritante me torturava.

           

            Nenhum clima, nem água desprendia,

            Escorrendo o suficiente que me molhava 

            P’ra amolecer rachas que havia!

            E torrava exposta ao fole que soprava!

           

            Fundida nos dias passantes, enfurecia,

            Isolada nas noites de lua, só chorava

            Por dias que iam passando, sem euforia

            Por cada noite que de nada contava.

 

            Oh gente! A estas ilhas venha provar:

            Dias sem noites, sol, praia e mar à volta

            Noites de brisa, a morna às ilhas escolta

Na secura sedenta, dias vão e vêm sem lavar.

 

Amália Faustino, junho de 2015 (prémio NOSSIDE)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MEU LIVRO TEM  3 TEXTOS REPETIDOS

 

TEXTOS A SUBSTITUIR

PÁGINA 53 NO ALTO DO OUTEIRO POR BOM DIA – REPETE EM 77

PAGINA 65 SOLIDÃO NA MULTIDÃO POR – EM CRIOULO  REPETE-SE EM 111

PAGINA 108 TOMA O SEU LUGAR É REPETIÇÃO SUBSTITUIR POR “DIAS SEM NOITES”,