BOM DIA
Se alguém diz um “bom
dia ” intencionalmente
Certas palavras voam
d’alma, coração e mente:
Amor, amizade, carinho,
em consciência vertente,
Reforçam sentimentos de
afeto de quem o sente
Exalando um bem querer e
desejo subjacente!
Ao desejar a alguém um
”bom dia” vira presente
Ao saírem dois braços do
coração, suavemente,
Num abrir e fechar e
apertar afetuosamente
Algo de carinho, amizade
e amor congruente
Produto e ação da mente correspondente!
Se palavras suaves
sopradas no “bom dia”, volatilizam;
Expressões de afeto e
carinho, soltam e exalam,
Perfumam e adoçam o
ambiente que suavizam,
Relação fortalece, as
pessoas envolvidas fomentam
E clima social
desencrespa com “ois” que amenizam.
Dizer bom dia refletido,
ultrapassa uma obrigação,
Falar mantenha, regra
social, necessária ao coração
Expelindo bondade, corpo
e alma em ovação,
Ostentando bons desejos,
bílis regula a circulação,
Sangue oxigenado,
cérebro ágil, fácil boa ação.
Ninguém alheia amor, nem
amizade potente,
Se forem produzidos
afetuosamente,
Se brotarem do coração
de quem os sente;
Se for sentimento
positivo, festivo e reluzente,
Sentido como querer bem à
pessoa diferente.
Amália
Faustino 25 Julho 2020
EM CRIOULO
Cabo-verdiano está aqui e em toda a
parte,
No país ou na diáspora, ligado em
crioulo;
Sampadjudo ou badio, igualmente
crioulo
Aglomerados, reuniões, raciocínio? Em
crioulo.
Cabo-verdiano, na sua nação
diasporizada
É emigrante a gesticular fala
desenrascada
Em língua estrangeira, gramática
rasgada
Elegância nas palavras mágicas, em
rodada.
Em língua d'acolhimento desenrasca
no trabalho,
Processando em Língua materna, no seu
crioulo!!!
E para atrair ou repelir outro,
farpas em crioulo
E na canseira e raiva, ou
crioulo ou baralho.
Ah! cabo-verdianos, amor e carinho
Crioulo;
Na terra longe é morabeza, grogue
baza crioulo
Coladeira, batuque, torno com brio,
em crioulo
Funaná, mazurca até no andar; e a
morna em crioulo.
Falar com toques e gritos é típico
do crioulo;
Abraços de saudade, beijo furtado?
Em crioulo;
Até em pandemia, máscaras debaixo
do queixo
Boca e nariz à solta, é p’ra falar
crioulo sem fecho.
Mas na pandemia? Paciência!
Aguenta, crioulo!
Bom tempo virá, limpo e livre do
vírus do contra!
Sorrisos soltos, gargalhadas de
alegria na montra
Mar de abraço, esperança de saúde
forte, meu crioulo.
Amália Faustino
Mendes 2 de Novembro 2020
DIAS SEM NOITES
Desde
sempre uma coisa sabia:
Do
que me mostrava e desejava
Do
que havia e queria
Do
que não tinha e necessitava…
Sabia
que sofria e não dormia
Se
noites houvesse, esperava…
Se viesse, p’ra lua me levaria…
Mas
ardia ao sol que me queimava.
Intacta,
o fim de semana seria
Sem
sábado que me chamava
Sem
domingo que me queria
E
um atrás doutro eu me enfiava…
Sem
asas, cada dia voava
Toda
noite murcha me fundia,
Rendida
no nada que me regava!
E
a secura irritante me torturava.
Nenhum
clima, nem água desprendia,
Escorrendo
o suficiente que me molhava
P’ra
amolecer rachas que havia!
E
torrava exposta ao fole que soprava!
Fundida
nos dias passantes, enfurecia,
Isolada
nas noites de lua, só chorava
Por
dias que iam passando, sem euforia
Por
cada noite que de nada contava.
Oh
gente! A estas ilhas venha provar:
Dias
sem noites, sol, praia e mar à volta
Noites
de brisa, a morna às ilhas escolta
Na secura sedenta, dias vão e vêm sem
lavar.
Amália Faustino, junho de 2015 (prémio NOSSIDE)
MEU LIVRO TEM 3
TEXTOS REPETIDOS
TEXTOS A SUBSTITUIR
PÁGINA 53 NO ALTO DO OUTEIRO POR BOM DIA – REPETE EM
77
PAGINA 65 SOLIDÃO NA MULTIDÃO POR – EM CRIOULO REPETE-SE EM 111
PAGINA 108 TOMA O SEU LUGAR É REPETIÇÃO SUBSTITUIR POR
“DIAS SEM NOITES”,