ABRAÇO À CHUVA
Vinte e dois de maio - dia do abraço
Vejo tudo com saudades ao abraço
Até a chuva com saudades avança
Percorre entre a Gente com
confiança.
Até a gente daqui já enlaça
A chuva que vira boa raça
Recebida em festa de graça
Benfazeja que já não se escorraça.
Entre gestos e palavras avessas
Hoje sim, a chuva veio às pressas
A dançar valsa em pista fumada,
Atirando borrifos como pomada.
Reticentes sobre guarda-chuvas...
Até portugueses a seca sonam
Em silêncio, saltam e valsa dançam
Abraçados às chuvas, não praguejam.
Apenas relâmpagos e trovoadas
A muitos medram entre as rajadas
E o abraço confortável às alçadas
É um misto de saudades e toadas.
É que já não se acha graça
O prenúncio de desgraça!
22 maio 2023
Amália Faustino