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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Cabo Verde ao Vento

 

CABO VERDE AO VENTO

 

Aqui e lá, vagueia meu pensamento

Como se estivesse em toda a parte:

Ora estou em Cabo Verde, ou aqui tento,

E nada prende meu espírito na sua arte.

 

Hoje, acordei aqui, sob sol cinzento

Desfiz as rugas da noite no momento

Alisei no país, o percurso para o dia

E pedi calma ao vento que assobia.

 

Penso em Cabo Verde, vento e poeira,

Solteiros inseparáveis

E durante sete dias contáveis

Percorrem o país, mar, cutelo, ladeira.

 

Fim de semana vagueiam pela cidade

Sol, suor empoeirado, sem novidade!

Olhos e nariz vedados à beleza

Da cor ao cheiro da natureza.

 

Tudo por culpa de algum vento,

Tudo e todos, de África entram

Tudo e todos da Europa entram

Tudo e todos de America no evento;

 

Da Asia tudo, até vírus em voo lento.

 

Cabo Verde acolhe tudo, calado,

Municípios aceitam de chave dado

Vento e poeira, norteiam o caminho

Cantando e dançando em redemoinho.

 

Patriados ou repatriados ficam.

Porta aberta, entrada e saída

Janelas com grade sem peneira

Entra o bem, certos males trancam.

 

Como se não fosse independente,

Cresce o império da pandemia,

Ao vento e à poeira precedente,

Roendo à vida a saúde que já bramia.

 

Amália Fautino Mendes        21 de Novembro de 2020

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