CABO VERDE AO VENTO
Aqui e lá,
vagueia meu pensamento
Como se
estivesse em toda a parte:
Ora estou em
Cabo Verde, ou aqui tento,
E nada
prende meu espírito na sua arte.
Hoje,
acordei aqui, sob sol cinzento
Desfiz as
rugas da noite no momento
Alisei no
país, o percurso para o dia
E pedi calma
ao vento que assobia.
Penso em Cabo
Verde, vento e poeira,
Solteiros
inseparáveis
E durante
sete dias contáveis
Percorrem o
país, mar, cutelo, ladeira.
Fim de
semana vagueiam pela cidade
Sol, suor
empoeirado, sem novidade!
Olhos e
nariz vedados à beleza
Da cor ao
cheiro da natureza.
Tudo por
culpa de algum vento,
Tudo e
todos, de África entram
Tudo e todos
da Europa entram
Tudo e todos
de America no evento;
Da Asia tudo,
até vírus em voo lento.
Cabo Verde
acolhe tudo, calado,
Municípios aceitam de chave dado
Vento e
poeira, norteiam o caminho
Cantando e
dançando em redemoinho.
Patriados ou
repatriados ficam.
Porta
aberta, entrada e saída
Janelas com
grade sem peneira
Entra o bem,
certos males trancam.
Como se não
fosse independente,
Cresce o
império da pandemia,
Ao vento e à
poeira precedente,
Roendo à
vida a saúde que já bramia.
Amália Fautino Mendes 21 de Novembro de 2020
Sem comentários:
Enviar um comentário