Anoiteceu
e eu ainda não te vejo,
é
mais um dia de espera dolorida.
Aqui
prostrado sobre a alma entristecida,
volto
a chorar em mais um dia... sem teu beijo.
Amanheceu e eu acordei com tua saudade
Enrolada na dor resfriada por
ventos do além
Que me sussurram a tua voz de serenidade
Embrulhada naquele tempo de
desdém.
Estou
lembrando as alegrias de outrora,
parecem
sonhos que alguém jamais viveu;
parecem
trilhas que a lembrança percorreu,
são
pedacinhos de instantes da memória.
Nessas noites mentoladas, tentei
te ver
Em mais um daqueles sonhos
fúteis,
Sentindo o teu volumoso peito
se mover
Sob as minhas mãos, roçando-se
inúteis.
Posso
sentir a tua mão tão carinhosa,
pareço
ouvir a tua voz inebriante...
Ver-te
não posso, eu não sou mais teu amante,
talvez
quem sabe, vejas esta linda rosa.
Ainda em sonhos, veio uma vermelha
rosa,
De uma frescura gotejante,
estendendo,
Sem aquela sua mão suave e mimosa,
Trepando a minha janela, assobiando.
Mas
ela mesma, flor de encanto e de paixão,
descolorindo,
ao passar de tantos dias,
vai-se
murchando, matando-me de agonia,
pois
no teu peito já não bate o coração.
Meu coração, envolto na tua ausência,
Presencia assobio de uma rosa fantasma,
Mas não perece sucumbido na potência
De te achar, te ter e abraçar
na mesma.
Amália Faustino duetando com Jorge
Montenegro
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