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sábado, 31 de outubro de 2015

Zé ninguém



Zé ninguém

Hoje comecei o dia desassossegada,
O meu espírito atordoado por nada
Que eu possa explicar a alguém
Que não sejas tu, meu Zé ninguém!

Só tu tens competência e ciência
E saber construído de experiência
Para compreender minha insuficiência
Que precisas superar com inteligência.

Só tu sabes o que vale a turbulência
Que a tua presença refeita de ausência
Imprimiu à minha vida feita de inércia,
Que o teu império marcou em essência!

E tu só precisavas ter vontade e persistência,
Despoletar com pouco mais de paciência,
Adotar uma linguagem eivada de evidência
Proficiência amistosa, sentimentos e sapiência.

De contrário, meu desassossego eventual
Deixará de ser um mal-estar pontual
Que apenas perdure neste tempo actual
Para formar uma situação factual.
                                             
Desde sempre alimento a esperança
De um dia encontrar em ti o ser humano
Que me ampare e me recolha, sem dano
Para um coração fofo, sem punhal, sem lança!

Um ser humano do calibre dum abano,
Capaz de amainar meu calor abrasador,
Que me abrace docemente e me envolva
Fazendo frescura disseminar em meu corpo!

Procurei por um corpo com espírito santo,
Semelhante ao que Deus produziu
Que se une a mim por bem querer e amor
E sente saudades de mim na ausência .

Queria que fosses alguém, meu sol da manhã
Que olha para mim sorridente, sem manha,
Sem confusão da treva carrancuda da noite
Que ofusca quaisquer tardes de lestada.

Não insista em promover uma profusão perversa
De alguém empenhado na construção  depressiva
Escavando em mim, como picareta num sólido
Um abrupto desfiladeiro que nenhum remédio sara.

Tenta ser alguém, o meu sol da manhã
Que olha para mim sorridente, sem manha,
Que deixa de ser a treva carrancuda da noite
Com fumaça exposta nas tardes de lestada.



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