MINHA TERRA
Ó amiga,
estou na minha terra,
entre
vento e mar, sol e lua:
o sol
cassando a frescura na altura
e a lua
pendurando o calor e a poeira
Que o ser
humano já desvaloriza.
Vou ficar por aqui, e
vou ficar,
Errante
livre, sem abdicar dum cantinho
Onde o
afeto, semeado na terra seca,
Há de
renascer e atuar
quando a
chuva resolver cair de mansinho.
A esperança, só na última,
morrerá;
Toda a
secura com aspereza na terra,
Torridez do
corpo e da alma
Tudo
mesmo, há de amolecer,
Quando certa chuva resolver cair de mansinho.
Eu sinto
que Cabo Verde tem íman,
Ligado a
muitos pelos umbigos
E pelos
cabelos enterrados,
Inseparáveis
parentes d’amigos
Vão intencionados para voltar.
Não perca
a fé, venha, apesar de tudo!
Amália
Faustino Mendes Setembro de 2020
Sem comentários:
Enviar um comentário