Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Minha Terra

 

MINHA TERRA

 

Ó amiga, estou na minha terra,

entre vento e mar, sol e lua:

o sol cassando a frescura na altura

e a lua pendurando o calor e a poeira

Que o ser humano já desvaloriza.

Vou ficar por aqui, e vou ficar,

Errante livre, sem abdicar dum cantinho

Onde o afeto, semeado na terra seca,

Há de renascer e atuar

quando a chuva resolver cair de mansinho.

A esperança, só na última, morrerá;

Toda a secura com aspereza na terra,

Torridez do corpo e da alma

Tudo mesmo, há de amolecer,

Quando certa chuva resolver cair de mansinho.

Eu sinto que Cabo Verde tem íman,

Ligado a muitos pelos umbigos

E pelos cabelos enterrados,

Inseparáveis parentes d’amigos

Vão intencionados para voltar.

Não perca a fé, venha, apesar de tudo!

 

 

Amália Faustino Mendes  Setembro de 2020




Sem comentários:

Enviar um comentário