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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

COPIA APRESENTAÇÃO DO MEU 1º LIVRO IVO FURT

 APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE AMÁLIA FAUSTINO MENDES Rimando nas Estrofes da Vida Boa tarde! Começo por cumprimentar o Presidente da Junta de Freguesia de Corroios, Dr. , a Autora, Amália Faustino Mendes, muito querida Associada da APP, que se tem destacado e granjeando a admiração e o respeito de todos, afirmando-se a cada dia que passa, pela afabilidade, humildade e qualidade da sua poesia. Fiquei Feliz quando soube que rapidamente esgotou a 1ª Edição, cujo lançamento fez na Sede da Associação Portuguesa de Poetas, o que não admira, pelos atributos que referi da sua obra poética. Agora numa feição ainda mais aprimorada, em que uma vez mais me convidou para apresenta-la, o que faço com enorme prazer. Cumprimento os demais membros da mesa. - a prefaciadora da obra literária, poetisa Maria da Graça Melo. - a Drª Fernanda Marques (ex-Ministra da Educação de Cabo Verde) - ao poeta Joel Lira, uma referência da Poesia Portuguesa. Exmos. Convidados da Autora aqui presentes A apresentação de um livro é sempre um momento marcante, na vida literária e pessoal do Autor, dos Familiares e Amigos, que aqui se encontram para dar testemunho de mais um marco literário colocado pela Poetisa Amália Faustino. Eu atrever-me-ia a dizer que a afirmação literária, já começa a acontecer. Os leitores o dirão, e nós aqui estamos com a nossa Amália Faustino, apoiando-a nesta sua caminhada de conquistas e sucessos que lhe desejamos e acompanhamos de perto. Que privilégio! Falando agora na obra literária, começo desde logo por apreciar a capa, com a fotografia da Autora, nesta edição a cores, ressaltando a expressão do olhar atento à Sociedade, de uma poetisa de grande sensibilidade, que reporta na sua poesia, de modo acutilante, a intervenção nos pontos essenciais, de reprovação e da chamada de atenção para a necessidade de correção daquilo que está mal e que não é concebível acontecer em Portugal e no mundo, no Século XXI! Ainda na capa ressalta a excelência da escolha do título, “Rimando nas Estrofes da Vida”, com sonância própria e o destaque dado ao percurso de vida, aguçando o apetite da leitura do livro ora apresentado. Nascida em São Miguel (Cabo Verde), das notas biográficas ressalta o enorme esforço no percurso formativo, acompanhado por aquilo que começou em 1971 com o que chamou de “brincadeiras poéticas”, que crescendo e tomando corpo, permitiu que progressivamente participasse em espaços de poesia e ganhasse o prémio de Poesia Nosside 2015 em Itália. A sua determinação é bem patente, logo no seu primeiro poema. Sabia que um dia se afirmaria como poetisa, pois que a poesia já nascera consigo. A generosidade e o amor e também o respeito pelo próximo, são uma constante na sua linha poética. Sensível à injustiça e discriminação, são factos relatados que transbordam da sua escrita e transparecem na sua declamação, que cativam pela sua sensibilidade que aglutina à sua volta, muitos Amigos, que hoje aqui estão presentes. Mulher sonhadora, que procura dar asas ao seu sonho, como bem afirma no poema “Tio Bento”- pág. 13; que passou da insularidade marcante da terra natal , Cabo Verde, à vivência em Portugal, com o referido propósito. O Olhar atento ao que vai pelo Mundo é expresso em Arlete (pág. 14). Teve durante a sua vida referências poéticas, a que como pessoa de carácter, cita em jeito de agradecimento, a Sílvia Mota (pág. 15). Reconhece o valor da verdadeira Amizade, que deixa patente no poema “Amizade, na pág. 89, e não esquece os Amigos a quem dedica alguns dos seus poemas, tais como a Albertino Galvão (pág.16), entre outros. A autenticidade é uma das suas batalhas, não contemporizando com falsidades (Ex: Amor fingido, pág. 17). Mais adiante, na pág. 62 em “Ser bom sem fingir”. Os seus poemas nas páginas 18, 19, e 20 (Sebastião), são um verdadeiro Cântico ao Amor e à Paixão. O sublimar do sofrimento através da poesia, transparece no poema “Dor e Saudade”, na página 21. A esperança impulsionada num “Bom Dia”- pág. 53, em cada novo dia que acontece, foi uma outra feliz inclusão poética, que oferece ao leitor da presente edição. O Cântico a sua mãe Ermelinda é uma homenagem sentida e prestada pela sua única filha, enfatizando, como ela própria diz, as recordações infantis inesquecíveis (Págs. 22 e 23). A saudade das ilhas que deixou e as recordações que consigo levou (em “Saudades de todos”- pág. 24). E mais adiante, quando em Portugal a saudade de Cabo Verde “aperta” apresentado no poema Saudade (Soidade, como lhe chama em português crioulo, enriquecendo e transformando a língua portuguesa, dando assim o seu contributo para a difusão desse património da Lusofonia). O orgulho na sua Pátria, Cabo-Verde, é notório no poema “em Crioulo”, pág.65, excelente inclusão nesta edição. O Amor, o Desamor e a Salvação, são temas magnificamente abordados nos poemas que podem ler nas páginas 25 e 26. Momentos vividos e registados, da Páscoa, Aniversário, Dia da Mulher, dia Mundial do Ambiente, são expressos nos poemas das páginas 27 a 30. Mais adiante na pág. 42, apresenta-nos um lindo poema sobre o dia da criança, em que reflete a criança que existe em si. O Mundo e o Tempo em seu redor são objeto de reflexão traduzida na sua escrita de exceção (págs. 31 a 38), após o que se interroga sobre o caminho a seguir, e a sua capacidade para alcançar a desejada Felicidade, desiderato que qualquer ser humano procura atingir. Num momento de melancolia, interroga-se sobre o seu destino, na pág. 41. e recorda o “Mar da Cidade Velha”, na pág. 43. Cabo Verde é lembrado a todo o momento nos seus poemas, como: “Primavera” (pág. 71), a “Chuva de Agosto”, pág74; “Vulcão – Cabo Verde”, pág. 76; “Choveu”, pág. 98; “Chuva de Novembro”, pág. 105, e “A chuva de 18 de Dezembro”, pág113, deixando clara a influência, necessidade e dependência climática e concretamente, das chuvas, em Cabo Verde. Prezando muito a Amizade, é muito cautelosa nas escolhas e na procura de relações seguras e verdadeiras, construídas sem pressa e bem alicerçadas, como denotam os poemas: “Amor Azul”, “Sempre te quis”, “Amar à moda de 2012”, “Deixa-me amar-te” e “O Homem distingue-se dos animais” (págs. 46 a 50). Reflete e defende no poema “O Professor e a Paz Social”, que atrevome a dizer ser um dos seus poemas prediletos, adaptado e musicado, a importância do professor na determinação do rumo que queremos dar ao mundo vindouro. Pág. 44. A paz no mundo é uma preocupação manifestada pela autora e transparece também no repto lançado ao “Poetas del mundo constroem a paz”, pág. 94. Mulher determinada, que desde sempre soube o que queria e que para o obter percorreu um caminho duro, de “Dias sem noites”- pág. 108, até conseguir o seu propósito. Um exemplo a seguir, eu diria! Mais um poema incluído e que valoriza esta nova edição. O orgulho de mulher Cabo-verdiana, livre, que não esquece as suas raízes (muito claro no poema “Venero-te Cabo Verde”, pág. 60; e que tem um sonho que prossegue em sucessivas concretizações, de que o lançamento deste livro, aqui, constitui mais um importante marco, está claro no Poema “Passarinha das novas”, pág. 54 ; “Mãe negra”, pág. 52; “Andante voante”, “Vigor de um sonho”, “Sonhando saudades”, “Uma carta de alforria”, págs. 56 a 59. A luta pela igualdade de direitos e oportunidades de género, são também expressos no poema “Mulher e Fêmea”, pág. 55. Não ser indiferente ao meio circundante, é uma atitude da Autora, como se pode ver no poema com este título, apresentado na pág. 63; a escolha entre o bem e o mal e o propósito de ser boa pessoa, são desideratos apresentados de maneira inequívoca em “Ser bom sem fingir”, pág.62 e “O mal em triunfo”, pág.71. A Amália Faustino é uma mulher poetiza, com “Verdade nos olhos”, pág. 68, “Uma mulher de palavra” , pág. 100 e finalmente “Uma mulher com mérito e sorte”! Uma vencedora! Rimando com as Estrofes da Vida, levará certamente os leitores a uma viagem pelas encruzilhadas da vida de uma mulher lutadora, como a nossa Autora, Amália Faustino. Parabéns a Amália Faustino, pela Obra que hoje nos apresenta! Corroios, Sede da Associação Cultural da Junta de Freguesia de Corroios, 24 de Fevereiro de 2024. O Apresentador e Presidente da Associação Portuguesa de Poetas, Professor Doutor Ivo Álvares Furtado

NEGA TUDO

 

Nega

Nega aqui e em toda a parte

Nega tudo diante de todos

Nega tudo, ostenta a sua arte

De mentir, desviando engodos

Para os protetores pilantras

 

Conteúdo que tanto mente

Parece ser semente no lodo

Nega sentir massa nos miolos

Nega que sente voar sua mente

 mente

Nega que me obriga a negar

Nega que força a negar

Nega deve algo a alguém

Nega  que existo

 

DESISTO

 

Aproxima nada ao pedroso

 Enfia num pântano absorvente

Junta gritos ao eco dengoso

Corta asas à força corrente.

 

Oh gente! Como se faz saída? Aproxima  tudo e nada ao tolo?

Força contrários a recaida ?

Fracassa, falha a birra de todo!

 

Se nada resta de indulgência

Àquela inteligência emocional

Emoções ausentes

Pensamentos primitivos

Obsessões sórdidas

Povoam tuas mentes

Aglomeração de Viventes piscam vidas mórbidas

Fim do nada sem princípio

 

 

 

Acredito no FB

 


Acredite no que o fb dissertou:
- Sou a minha melhor versão
De mim que o esforço forjou
Na replica dos danos ao coração.

Tal como flor desfeita num jardim
Desnorte driblante da bola de berlim
Por ingratidão e desespero, intervim
Sem ganhos, nem nada de vulto assim.

E agora? Ilitrado no amor
Jardim ressequido de cor
Que a ingratidão replicou
Só valor reconhecido olvidou.
Se quiser, acredite

Acredite que o fb acertou :
- Sou a minha melhor versão,
A versão que o esforço forjou
A replicar só danos ao coração.

E agora? Iliteracia no amor
Dum jardim ressequido de cor
Que a ingratidão replicou
Reconhecer valor que validou

Tal como flor desfeita num jardim
Desnorte em dribles da bola de berlim
Na ingratidão e desespero, intervim
Sem ganhos, nem nada de vulto assim.

Meu valor de inerte aos olhos foscos
Não me desesperam - no fim do jardim;
A melhor flor exibe-se no meio do capim
É desvalorizada por ser cardo santo!

sou de S. miguel Arcanjo

 

Sou de S. Miguel

 

Sou de S. Miguel e ele está mim

Meu umbigo, em Pilão-Cão, em pó

Infiltrado espalha a urbe do meu ser

Galopando a cavalo do meu espírito

Unguento de PAZ e oliveira na mão

Ergue voos, aplana sobre a ilha e poisa

Lembrado do exato sítio original.



Arcanjo Miguel, mantenha-me na memória

Retenho-vos tim por tim tim na memória

Como se fosse atual a minha infância

Arquejada de esperança de mudança

Nutrida na fé, vestida de foco e aliança

Junto a outros para progredir todos!

Ordem é progresso se houver vontade!

 

apresentação do meu livro DMed

 

Apresentação de Daniel Medina

 

Antes de mais, permitam-me augurar à Amália Faustino Mendes todo o sucesso que este livro merece. Permitam-me aproveitar este ensejo para estender esses votos a todos os presentes que se deslocaram a esta magnífica sala para assistirem à apresentação dos escritos de uma pessoa amiga.

Por outro lado, gostaria de vos dizer que recebi este convite para ser um dos apresentadores do livro, com muita satisfação e alegria. No entanto, tive de me ausentar do país, por motivos imprevistos, porém o meu espírito solidário encontra-se nesta sala, torcendo para que tudo dê certo.

Aos colegas da apresentação, os votos sinceros de uma excelente comunicação, pois, sei que já estão habituados a estas andanças.

Minhas senhoras, meus senhores, ilustres convidados:

A poesia, ou nero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo em que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor porquanto "O sentimento é a poesia da imaginação." (Alphonse de Lamartine) "A poesia imortaliza tudo o que há de melhor e de mais belo no mundo." (Mary Shelley)

E é isso que, se me permitirem, iremos versar durante alguns minutos.

 

Rimando nas Estrofes da Vida dá nome a este livro de poemas de Amália Faustino Mendes.

Trata-se de uma espécie de resumo da trajetória de várias vidas em que se delineiam e se cruzam histórias (de outras vidas não contadas), porque não são “factos” de facto, mas sim pura poesia, que poderemos tocar, folhear, sentir, deliciar-nos, sorver de um só fôlego, interiorizarmo-nos nela.

Como escreveu certa vez o filósofo Aristóteles: "A poesia é mais fina e mais filosófica do que a história; porque a poesia expressa o universo, e a história somente o detalhe".

No entanto, este livro está cheio de histórias bem rimadas.

Amália Faustino nessa sua aventura logrou o desiderato de escrever com pungente universalidade. Alguns dirão que é sorte. Eu retorquirei com uma dupla redundância: maturada maturação enlevada pela experiência da idade.

Aliás, estamos certos de que o que de melhor existe nos poetas de todos os países não é o nacionalismo e sim o universalismo.

E na lonjura em que se permitiu, ou lhe foi permitido, Amália Faustino melodiou, desfiando ecos dos seus escritos no coração dos homens e mulheres que a haverão de ler, porque parafraseando Carmen Conde "A poesia é o sentimento que sobra ao coração e sai pela mão." Neste caso, sai pelos poros e vértebras, pelos olhos da alma, pelo todo que o germinou, transpirou, gerou e produziu em termos de fusão artística. Eu diria que os poemas lhe saíram do coração.

As cerca de 110 páginas Rimando nas Estrofes da Vida, Amália Faustino para além de rimar, rema em várias águas e ondas desta vida. E “estrofou-me” de forma benfazeja ao ler as badanas ou orelhas deste livro ao dedicar dois poemas: um à mãe e outro ao pai. Para mim este reconhecimento rima com o conhecimento e a verdadeira sabedoria da vida. É que habitualmente direcionamos ou dedicamos os nossos poemas aos amores externos, aos amigos, aos conhecidos, às situações, enfim. Orientar os nossos cândidos sentimentos aos nossos progenitores, àqueles que deram a sua juventude e, que, por vezes, abdicaram de uma vida melhor, para nos concederem uma existência mais bonita, ou seja, aquela que eles sonharam, mas tiveram o condão de transferir para nós. Quase todos fazem isso, no entanto, poucos a retratam de uma forma tão bela num poema.

Amália Faustino, num gesto próprio de seres plenos de benevolência, reparte igualmente os seus poemas, pelas datas, pelos sentimentos, pelas questões sociais, pelas pessoas por quem nutre alguma admiração ou carinho. Este princípio de doar ou de partilhar é simplesmente belo e encantador. E por falar em partilha é de bom tom relevar que aquele que recebeu o dom da comunicação – notoriamente o seu caso - que consegue escrever o que lhe vai na alma, tem quase que a obrigação de dividir o seu talento, seja poeta ou prosador, pois, é algo impossível de se segurar no interior.

Minhas senhoras e meus senhores,

Falar de poesia num tempo tão sem poesia é, deveras, quase que dizer disparates com letras maiúsculas. Tornou-se normal passar na Internet, pelos e-mails dos nossos conhecidos e amigos, de todo o género de maldades, de todo o tipo de perversões e de maldizeres culturais e sociais. O contrário não se sente, ou seja: enviar poemas de paz, amor, e harmonia, ou mesmo falar de sentimentos parece ser demodé e ridículo. No entanto, apesar de tanta insensibilidade, tanta mediocridade, tanta barbárie, insiste-se no sentimento do ser humano na forma como realmente ele deve ser: humano. E a nossa Amália, tem estes atributos de sobra, o de uma profunda humanidade. Porque "A poesia é um espelho que torna bonito aquilo que é distorcido nas nossas almas." (Percy Bysshe Shelley).
Realmente, o poeta fala com a alma. Aliás, todos nós somos poetas. Simplesmente alguns conseguem exprimir aquilo que sentem, conseguem transpor para o papel aquilo que têm no seu âmago. Muitos, contudo, por timidez, não se descobrem.
A respeito destes, o francês L'Inconnu, deixou uma bela mensagem que diz: "O poeta poetiza a vida pela sua sensibilidade e amor e tem o dom de transmitir belezas espirituais que o elevam ainda mais."

Todas as pessoas têm um poeta dentro de si (principalmente as mães dos poetas, já tiveram...), o que falta muitas vezes, é a fonte inspiratória... Algo que provoque a abertura da sua torneira poetal para que consiga falar sobre isso. "Todo homem é poeta quando está apaixonado." (Platão)

É preciso falar de poesia, para si mesmo, e/ou em frente ao espelho. Em voz alta, transformando as palavras em verdadeiros ritos encantatórios, que na verdade são, restituindo-lhes o poder de interferir positivamente na harmonia do mundo que nos cerca. E Amália Faustino faz isso com sobriedade.

Entretanto, a poesia necessita da nossa ousadia, de saber-se mais humano que nunca e correr o risco do olhar de estranheza dos seres à sua volta. Não se trata de utopia romântica. "Poesia é quando uma emoção encontra o seu pensamento e o pensamento encontra as palavras." (Robert Frost)

Ilustres convidados,

A Poesia, segundo o modo de dizer comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra o poema, o poeta o artífice. Ora, a poesia compreende aspetos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta, pois "Poesia são pensamentos que respiram, e palavras que queimam." (Thomas Gray)

Ao lermos Rimando nas Estrofes da Vida, deparamo-nos com uma conjugação de fatores sui generis pronunciados e emprenhados de uma leveza e pureza numa escrita cheia de mil encantos.

Aliás os poetas têm esse condão. O de transmitir os encantos que os outros não veem ou não sentem, pois “O esplendor da relva só pode mesmo ser percebido pelo poeta. Os outros pisam-na”.

Este livro é um retrato rimado de exemplos de muitas vidas. As estrofes são criações de quem decidiu abrir o seu coração para nos mostrar o que mais belo carregava no espelho da sua experiência de vida, pois, que «A poesia não é nada senão tempo, ritmo perpetuamente criador.» (Octavio Paz).

Termino com duas pequenas mensagens: a primeira, é a de sucessos e de muita alegria à Amália Faustino. A segunda é a de que gostem das apresentações e que isso vos leve a comprar os livros.

Um bem-haja a todos que se dignaram vir aplaudir a Amália, com o seu livro Rimando nas Estrofes da Vida.

apresentação AB

 

APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE ADELINO MONTEIRO AFONSO BARROS, autor da obra

 UNIVERSO ÍNTIMO - GUERRA EM MIM

 

Cumprimento a todos os presentes, desde os convidados mais próximos de mim - particularmente a Vice-presidente da Associação Cabo Verdiana – Dra. Dulcineia Sousa que adorei conhecer neste espaço engrandecedor e de referência para os Cabo-verdianos. Reafirmo que desejo mantê-la nas minhas relações funcionais e amistosas.

Saúdo os ilustres apresentadores que assim se tornaram pelo conhecimento e experiência acumulada. Aceitei vir juntar-me a vós por admitir que me permitem, a mim e todos que desejam, colher sabedoria, alegria que trazem para partilhar com cada um de nós.

Felicito, parabenizo O ESTIMADO e simpático autor Adelino Barros, que me trouxe para aqui convidada e vim com muita emoção participar deste meio académico, familiar e afetuoso. Os meus votos de muito sucesso pela produção da tua segunda obra literária - UNIVERSO ÍNTIMO – GUERRA EM MIM.

Para mim, este teu livro é injeção de coragem para exploração e apreensão de lições de vida.

Minhas saudações a todos os presentes na assembleia. Sintam o meu abraço de amizade e aceitem este apelo: Sigam a apresentação com livro na mão.

O livro UNIVERSO ÍNTIMO – GUERRA EM MIM tem 78 páginas, bem ocupadas pela mancha gráfica é conteúdo para mais. Sem gravuras nem fotografias visíveis, mas trazidas pela mente para a realidade, pelo exercício da leitura e interpretação, o livro é todo ele imagens complexas a urdir continuamente.

É um livro leve pelo seu peso físico, para poder ser transportado facilmente ser lido em qualquer sítio, por qualquer pessoa, por si ou por interposta pessoa.

É suave e desprendido da pressão de artificialismos e formalismos poéticos como versos e estrofes regulares, livre de amarras rimáticas, ou métricas, o que  torna leve a preocupação com a forma.

A escrita fluiu na tela como pintura com pontos de leitura realçados para apreensão das mensagens que veicula.

Os versos são linhas desentortadas, com curvas em espiral ascendente e descendente, em simultâneo, desordenadas, caóticas e consertáveis. O sujeito principal é o ser humano como ser da humanidade. Umas vezes a imperar sobre outros humanos, como não humanos e até se mostrarem desumanos, chegando a ser antítese da própria VIDA.

Entretanto os leitores têm que o adquirir e o ler a pensar com o autor, promover a leitura e literacia da poesia que nasce e cresce em cada um de nós e nos outros, ao conquistar outros apreciadores de livros,

Quem levar o livro UNIVERSO ÍNTIMO - GUERRA EM MIM para o ler e apreciar já me deixa contente.

E se deixar algum dinheiro que é cobrado na aquisição ajuda o autor nas despesas da confeção do livro e permite-lhe realizar obras de solidariedade que promove.

Como podemos ser felizes. Se não aprendermos a enfrentar a negatividade e todas as coisas más que nos acontecem?

Os tormentos do ser humano

Não há receitas milagrosas que curam os infelizes que acreditam apenas na infelicidade e veem sua vida como permanente inferno!!!

 Às tantas da vida há que saber retomar a estrada da felicidade (SATISFAÇÃO DURÁVEL não apenas ausência de sofrimento)!

O livro provoca o leitor e leva-o a refletir sobre a sua constituição, a valorizar a sua existência, consciente para conduzir sua vida mais serena e mais tranquila e negar que ela se transforme no fogo do inferno desgastante, assim considerado pelo EGO. Toda gente não vê igual o óbvio (o problema da vida), outros ignoram óbvio por lhe ser mais cómodo.

 

 

 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

SEGURO AINDA

 

Seguro ainda

Se estiverem cá venham,

Venham ver aves que voam,

Andam  perto d'alguém

Sem temer mal de ninguém;

 

Venham ver: pombos aterram

Aos pés de mulher ou homem,

Catando migalhas, tudo bem

Como se ninguem os soterram.

 

Aqui nenhum medo têm,

Bebem e de tudo comem

Nada a recear, só esquivam

As rodas se veículos passam.

 

Não conhecem os matadores;

Fazem tranquilizantes amores,

Surdos a sons de bombas, dores

Entre vivos e exterminadores!

 

Mas venham, venham conferir:

Aqui ainda uma réstia de paz,

Medrosa, faz no coração bulir

O medo que o crocodilo é capaz.

Pigeons in Foreplay : r/pics

SER HOMEM DE AMOR

 

O ser homem

 

Oh que bela a vida vivida com verdadeiro amor!

Sabendo que há diversos gestos de quem ama

Sentido, sabor vivenciado ou gozado no amor!

Resta saber viver o amor com amor que ama!

Homem sabe e sente o quanto a mulher o ama,

O reconhecimento que a mulher dele espera

Mais são palavras lindas, gestos suaves…

Hesitante, ostentando o sabor do seu amor,

Pode falhar sempre, goza perdão reparador.

 

Amália Faustino

terça-feira, 21 de maio de 2024

badu y dja biradu

 BADU PA BIRADU


22 di abril ê Dia da terra,
Nha amigu ba subi un serra
24 abril atxa-l livri sima nôs terra
Xei di mimu na sê mai un séra.

So ma dja voltadu y txigadu dretu
Pa atxadu ngodu ben fêtu;
Sodadi lebadu pa prendedu
Kel ki fika dja sta rendedu.

Abrasu? Pode gasta na duru;
Dja badu, pa voltadu suguru
Pa planta speransa riforsadu
Nês jardin ki ta flori si tratadu.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

ESTÁ ONDE?

 ESTÁ ONDE?

Senti de ti umas saudades
E vi maiores felicidades
Deslizando para si! Está onde?
Eu? Estou por aqui, deambulando
Como se estivesse de férias,
Percorrendo vias térreas
Andando e nadando, ao vento voando...
Fazendo certas contas sérias
Parece tudo bem, cantando,
Rindo às gargalhadas lérias,
Finjo que estou passeando.
Nestes sítios sem croqui!
Alguém me encontra olhando,
Com saudades engalfunhando
Em abraços que só se dão por aqui?
As saudades nasceram aqui
Cresceram no sangue das gentes
Herdeiras de abraços contentes
Satisfação séria que só sucede aqui!!!

domingo, 18 de fevereiro de 2024

ai se tivesse algum poder

 Ai se eu tivesse algum poder...

Faria um mundo diferente
Especial para ti, nada carente!

Faria um mundo ao teu jeito
Arrancava amarguras do teu peito
Pendurava-as num ramo de poder

Peneiraria sofrimentos a saltitar,
Espalhados pelo ar a redemoinhar
Pelas ruas, rodopiando a crepitar
De coração em coração a espezinhar
Para que nada de mal te aconteça...
Revirar os paralelos e catar
todas as pedras do caminho.
Semeá-las nas bermas
Regá-las com óleo de bondade
Fazer nascer e crescer
flores
Pendurar poesias fazer reinar a paz e a semente da alegria.
E assim neste ano que vem
Possas dizer
Está tudo bem.

Só para desejar feliz Ano Novo 2024

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

 CASOS & CASOS


Entrei para a lista de bastantes;

Entre e veja casos emociantes,
Situações injustas e chocantes
Dores desiguais e aberrantes!!!

Entre! A linha foi aberta antes
Em dias como hoje, brilhantes,
Que viraram noites derrapantes
Horas geladas e deslizantes!

Entre, veja e analise os jantes
Da roda de crueldades errantes
A esmagar, imobilizar infantes
Como gafanhotos meliantes!

Entre, veja tantos desviantes
Mandantes à vista injustiçantes
Maltratantes, surripiantes
De estádios de vida brilhantes!

Veja casos & casos cortantes
Espiritos e almas atacantes
Doutorados já importantes
Nos espelhos ofuscantes!!!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Entre e veja

CASOS & CASOS


Entrei para a lista de bastantes;

Entre e veja casos emociantes,
Situações injustas e chocantes
Dores desiguais e aberrantes!!!

Entre! A linha foi aberta antes
Em dias como hoje, brilhantes,
Que viraram noites derrapantes
Horas geladas e deslizantes!

Entre, veja e analise os ajantes
Da roda de crueldades errantes
A esmagar, imobilizar infantes
Como gafanhotos meliantes!

Entre, veja tantos desviantes
Mandantes à vista injustiçantes
Maltratantes, surripiantes
De estádios de vida brilhantes!

Veja casos & casos cortantes
Espiritos e almas atacantes
Doutorados já importantes
Nos espelhos ofuscantes!!!

domingo, 11 de fevereiro de 2024

VENHAM

 CONVITE

Se estiverem cá venham,

Venham ver aves que voam,

Acreditando que alguém

Não faz mal a ninguém;

 

Venham ver: pombos aterram

Aos pés de mulher ou homem

Catando migalhas e tudo bem

Como se nunca os soterram!

 

Aqui nenhum medo sentem

 Bebem e de tudo comem

Nada a recear, só esquivam

Rodas se veículos passam.

 

Só temem que os aniquilam

Ao ouvir sons aterrorizadores

Das bombas que sebo limpam

Aos seres vivos em horrores.

FRIO DO INVERNO

 

 

FRIO DO INVERNO
 (boletim APP)
É inverno! Se tudo escurece
O céu fecha e o sol esmorece
Atrás das cortinas, empretece
A estratosfera. o vento desce!

A lua oculta-se e entristece
O frio vem dai e embrutece
A neve que flutua e cai
Vira gelo, empedra e esvai!

Frio não é tudo mau! E passa!
Dores permanentes, cassa!
E se queixar ao médico Belo
Logo ordena: ponha gelo!

Se a Deus pedir amorável,
ELE reduz a dor insuportável!
É melhor frio no tornozelo
Do que dor de cotovelo?!!!

É melhor gelo para esfriar
As dores da inveja a estrear
Do que calor delirante da ira
E intolerância por birra!

 

Inverno de 2023/24

 


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Sou isto

 Acredite no que o fb dissertou:

- de mim sou a melhor versão
Sou aquilo que o esforço forjou
Na replica dos danos ao coração.
Tal como flor desfeita num jardim
Sou desnorte da bola de berlim
Por ingratidão desesperante, intervim
Sem ganhos, sem nada de vulto vim.
E agora? Um iletrado no amor
Um jardim ressequido sem cor
Que a ingratidão desvigorou
E o valor reconhecido olvidou.
Isto é visível para qualque

BOAVISTA

 BOAVISTA

A onda distorce e desembrulha a dor
Numa vereda, entre vagas e espuma,
Eletriza a areia em bolhas ao redor,
Como se abrisse alas e arruma.
Sussurra satisfação em sons de amor
Sinaliza a passagem p'ra o ninho, a cor
Percebendo a indicação, sigo e consigo;
Na Boa Vista, tudo à vista, sem castigo;
A onda, favor de marés impostoras
Ela vai, ela vem, ilusórias à vista
Brechas movediças, condutoras...
Mar e areia, felizes pelo amor na pista.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

 Se quiser, acredite


Acredito no que dissertou:
Sou a minha melhor versão
Sou de mim o que restou
Dum carcomido coração.

Tal como flor desfeita num jardim
Desnorte driblante da bola de berlim
Por ingratidão e desespero, intervim
Sem ganhos, nem nada de vulto assim.

E agora? Iletrada no amor
igual a jardim, sem cor
Que a ingratidão replicou
Só valor reconhecido olvidou.