O MEU PORTÃO
Quem se faz de portão de segurança
Pode obstruir as minhas passagens,
Mas também pode dar-me esperança
De usufruir as vantagens das
miragens.
Por dentro das miragens há boa finança,
Há boa comida, liberdade, trouxas de bens,
Ofertas de oportunidades de mudança
E tudo de bom e das melhores origens.
Sem contar com a proteção e fiança
Dos engrossados direitos humanos
Chovem névoas sobre toda a ofensa
E perdão que descola da injustiça.
E tu que és o meu portão preferido
Lembra-te quando nos encontrávamos
Aqui neste local encantado namorávamos
A lua ciumava nossos carinhos e beijos
E a sombra apalpava os nossos desejos.
Meu portão, minha saída p'ra a liberdade
Meu encosto fofo e afagante de sabura
Mas minha prisão de chapas de zingo
Que me convida a mudar de vida
Buscando horizontes sem
medida
Reverenciando momentos do passado
Como argumentos para
futuro melhor
Guardando mágoas, remoendo rancores,
Estes devem abrir seus portões interiores
Para sentimentos ruins passar e serem felizes.
Importante é saber que eles cerceiam
Eles se abrem e mostram caminhos a percorrer.
Sejamos sábios para saber quando neles adentrar
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