Sonhos de aurora
Perdi o sono desde a madrugada
Quando o Sol pespontou um raio
P’ra despertar minha vigília afogada
Em sonhos duma aurora de Maio.
P’ra despertar minha vigília afogada
Em sonhos duma aurora de Maio.
A lua,que ainda reinava pálida,
Sorria p’ra mim, bastante sonolenta
E os olhos da estrela d’alva atenta,
Liam meu nome escrito na areia cálida.
O mar lambeu, provou e gostou do resto
Como expressão dum amor virtual modesto,
Um simples recado copiado e passado à onda
Passado à brisa num sopro difuso de monda.
Um sopro de onda
Sussurrou ao meu ouvido um sopro de onda
A exprimir meu nome, pausado - meu amor:
Escuta em repetição os ecos desta ronda:
Eu confesso:só por ti tenho tão grande amor.
Minhas mãos trémulas, letras puderam
escrevinhar:
Macuquinha di Naninha, minha grande amor
Minha timidez, meu receio de não te ganhar,
Meu coração parou de reter este saco de dor.
Escaldado e trespassado por amor sem incenso
Só ouso deixar este recado ao mar imenso
Que no vaivém contínuo, leva e traz recados
Seguros, em caixas confidentes de seus soldados.
Espero ter de volta uma resposta de alento
Clara ou velada, de ânimo embebido na coragem
Fortalecida pelo carinho a nosso contento
Que seja reforço do nosso querer sem miragem!
Amália Faustino
10 de Novembro de 2014
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