Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Tarrafal

Os dias convertem-se em noites
Vêm e vão os fins de semana inertes
Voam os meses sem eu ver Tarrafal
E sem pisar aquela baía triunfal.

Mas tu manténs como reféns
O meu coração e os meus vinténs
Que, um dia, as ondas da tua linda praia
Arrancaram e pousaram numa branca saia.

Guardo com afeto o ruído das águas
O chap chap mansinho nas tábuas
Dos teus botes sem medo de nada
Ou de alguém de uma certa camada.

Ainda sinto tua água morna que me batia
Suave como as carícias que eu sentia
E abria, com relaxe, todas as minhas entranhas
Para infiltrares o amor sem coisas estranhas.

Admito que hoje possas estar diferente
Que as tuas águas possam pular corrente
Que os teus botes possam sentir medo
De gente estranha com coração de penedo.

Amália Faustino, 15 Janeiro de 2013


Sem comentários:

Enviar um comentário