Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Tarrafal DE SAUDADE

Tarrafal
Os dias convertem-se em noites
Voam os meses sem eu ver Tarrafal
Vêm e vão os fins de semana inertes
E sem eu pisar aquela baía triunfal.

Mas ele mantém-me como refém
O meu coração e algum vintém
Que, um dia, as ondas da tua linda praia
Arrancaram e pousaram numa branca saia.

Guardo com afeto o ruído das águas
O chap chap mansinho nas tábuas
Dos teus botes sem medo de nada
Ou de alguém de qualquer camada.

Ainda sinto tua água morna que me batia
Suave como as carícias que eu sentia
E abria, com relaxe, todas as minhas entranhas
Para infiltrares o amor sem coisas estranhas.

Admito que hoje possas estar diferente
Que as tuas águas não driblam corrente
Que os teus botes possam sentir medo
De gente estranha com coração de penedo.


Amália Faustino, 15 Janeiro de 2011

Sem comentários:

Enviar um comentário