Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Chuva de 24 de Agosto 2015



A chuva de 24 de Agosto

Avenida Cidade de Lisboa
Acolhe a chuva benfazeja
Engole as gotas com cerimónia
Mesmo devagar, protelando goles,
Vai avolumando poças e lagoas
Saboreando o frescor com parcimónia.




Depois, Taiti para competir
Reserva, aqui e além, sua porção
De fundo barrento de escolhos
Como se fosse alguma encomenda
Embrulhada prenhe de mosquitos
Que repousam nos anos de seca


Em frente Cabral aceita calado
O banho de chuva com agradecimento 
Sem compassar o grito resvalado
Das colunas dum mercado ciumento
Que expõe seus artigos às valas de larvas.

Há economia de cheiros e cores
Que atraem qualquer olhar distraído
E narinas insensíveis adquirem olfato
Descobrindo odores a tudo revolvido
Mas ainda as cheias não correram.



Amália Faustino

Sem comentários:

Enviar um comentário