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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O bicho e o vício

O bicho e o vício

Sempre que passo por algum sítio,
Daqui ou doutra parte do mundo,
Observo e registo espaço imundo, 
Mas nem sempre vejo o mesmo vício:

Passei perto duma lixeira e vi um bicho
E o bicho revirava contentores de lixo
À sua volta, outros animais a pastar;
Ele retirava restos úteis, sem protestar.

O bicho não competia, mas escolhia,
E o que retirava da lixeira, curtia e colhia
Saco, mais saco, restos de comida e bebida
Transladados para lixeira desconhecida.

Um bicho, diferente de outro qualquer,
Entre os animais esse bicho da cidade,
Vê o lixo ganhar serventia ante quem quer
E quem necessita vê em tudo a utilidade.

Mas que bicho é esse? parece pensante!
Escolhe o que precisa entre inúteis que encontra
Ou o acha na sujeira, fora de qualquer montra…
Este bicho existe nesta terra, a montante, a jusante.

Homem, mulher e criança, animais à solta;
Razão sem ração, raça sem caça, tudo em volta,
Repetindo a situação e o comando de vício;
E eu sei que outra escolha é morte ou auspício.


 4 de Novembro

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