O bicho e o vício
Sempre
que passo por algum sítio,
Daqui
ou doutra parte do mundo,
Observo
e registo espaço imundo,
Mas
nem sempre vejo o mesmo vício:
Passei
perto duma lixeira e vi um bicho
E
o bicho revirava contentores de lixo
À
sua volta, outros animais a pastar;
Ele
retirava restos úteis, sem protestar.
O
bicho não competia, mas escolhia,
E
o que retirava da lixeira, curtia e colhia
Saco,
mais saco, restos de comida e bebida
Transladados
para lixeira desconhecida.
Um
bicho, diferente de outro qualquer,
Entre
os animais esse bicho da cidade,
Vê
o lixo ganhar serventia ante quem quer
E
quem necessita vê em tudo a utilidade.
Mas
que bicho é esse? parece pensante!
Escolhe
o que precisa entre inúteis que encontra
Ou
o acha na sujeira, fora de qualquer montra…
Este
bicho existe nesta terra, a montante, a jusante.
Homem,
mulher e criança, animais à solta;
Razão
sem ração, raça sem caça, tudo em volta,
Repetindo
a situação e o comando de vício;
E
eu sei que outra escolha é morte ou auspício.
4 de Novembro
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