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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SEIS LETRAS





Teclam-se letras ambíguas e sonoras
Letras que gritam com demoras
E perfilam por dedos pensantes
Em cabeças de ideias interessantes.

São seis as letras em ordem disposta
Formam tais palavras que vi de costa
Uma das mais esfregadas, quando achadas,
São utilizadas para produzir caladas.

As letras que vi tecladas são emendadas,
As falhas graves, agudas e enfadadas
São letras delapidadas em montras
Donde o esforço é desviado por mantras.

Se as bestas pastam descuidadas,
Letras ofuscadas, ainda escutadas,
Crucificadas em praças deformadas
Teimosamente destilam alvoradas.

Para formar palavras de certas cores,
Os dedos colam em teclas estuporas
Letras voam com asas de almas impuras,
Rebatidas em quedas de grandes alturas.

Ah, ainda vejo essas letras, mal apagadas!,
Letras ofuscadas, ainda que escutadas,
Letras que resistem em ficar na tapada
E teimosamente destilam cada alvorada.

Amália Faustino Mendes

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