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domingo, 24 de junho de 2018

Por aqui é assim

POR AQUI É ASSIM

Por aqui, um surdo grito entediante

A preencher o meio circundante

Um único som perceptivel

Um gemido sem pranto audível!



Por aqui, o abandono radiante

A brilhar na aurora arrepiante

A única escuta incrível

Um sarcasmo irredutível!



Por aqui, só vale a estante

Com prateleira revirante

Uma fixante do inaproveitável

Uma dispensa de tudo avaliável!



Por aqui é assim: vive o vivente,

O moribundo perece ao anunciante

Um único olhar: desprezo detetável;

Apenas vale o benefício disputável.

AMÁLIA FAUSTINO



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