POR AQUI É ASSIM
Por aqui, um surdo grito entediante
A preencher o meio circundante
Um único som perceptivel
Um gemido sem pranto audível!
Por aqui, o abandono radiante
A brilhar na aurora arrepiante
A única escuta incrível
Um sarcasmo irredutível!
Por aqui, só vale a estante
Com prateleira revirante
Uma fixante do inaproveitável
Uma dispensa de tudo avaliável!
Por aqui é assim: vive o vivente,
O moribundo perece ao anunciante
Um único olhar: desprezo detetável;
Apenas vale o benefício disputável.
AMÁLIA FAUSTINO
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