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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Lembro-me, pai

Uma grande saudade de ti me invade
Nestes dias, provocando-me lembranças
Em raios de negrura das paredes maciças
Ladeando a tua limitada e pobre herdade!

Na tua pobre herdade jazes de certeza,
Sem dúvida, aqui resiste o que não pesa;
O pó invisível em que te transformou
O teu rico crânio que teu filho cobiçou…

Agora misturaste-te a todos, donde entraste,
E a possibilidade de to roubar me retiraste;
Resta-me o pouco ou tudo que me deixaste
Admitindo confirmar que me preservaste!

Agradecido, pai, pela herança e pelo dote
De que me sirvo para me afirmar como gente;
Na vida difícil, destes tempos, pude ser ciente
Graças à perspicácia do teu ser inteligente!

Agora ressinto a presença  de tuas herdades,
Sei que és capaz de me ver chorar de saudades,
Mas peça a outro Pai imortal que me aguente
Me catapulte para patamares não decadentes.

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