Nasceu uma criança
Que trouxe numa mão uma alça
E a alça desprendera-se de algo
Que já não se via o seu apego!
Depois da criança
Um saco de abastança
Também nasce e se despeja
Na presença de quem peleja.
Inscrita no saco se vê:
Eu sou a tua abastança
Boa sorte a quem me vê
E me leva como herança!
Com as moedas de ouro
Torna-se rico e a parentes seus
Distribui parte do tesouro,
Assumindo o controlo dos fariseus.
E o saco de cor azul,
Da cor do céu do continente,
Do país e concelho decadente
É, num certo sítio, um paul.
E lá, cada quem é como cada qual,
Cada um seu bolso, e de lá a bolsa,
Se de qualquer controlo, tudo normal,
A contabilidade, existindo, é falsa.
Amália Faustino Mendes, 14 de Agosto de 2011
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