EM CRIOULO SAI MELHOR
Cabo-verdiano está aqui e em toda a parte,
No país ou na diáspora, ligado em crioulo;
Sampadjudo ou badio, igualmente crioulo
Nos encontros, raciocínio em crioulo.
Cabo-verdiano, como nação diasporizada
Emigrante gesticula em fala desenrascada
Em língua estrangeira, gramática rasgada
Elegância nas palavras mágicas, em rodada.
Em língua d'acolhimento desenrasca no trabalho,
Processando em Língua materna - o seu crioulo;
Para atrair ou repelir outro - farpas em crioulo
E na canseira e raiva - baralhado, senão crioulo.
Ah! cabo-verdianos, amor e carinho só em Crioulo
Na terra ou longe, morabeza, grogue - só crioulo
Coladeira, batuque, torno com brio - só crioulo
Funaná, mazurca até no andar, morna - em crioulo.
Falar com toques e gritos - típico do crioulo,
Abraços de saudade e beijos doces - em crioulo;
Até em pandemia, máscaras debaixo do queixo
Boca e nariz à solta, é p’ra falar crioulo sem fecho.
Mas na pandemia, paciência! Aguenta, meu crioulo!
Bom tempo virá, limpo e livre de vírus do contra
Sorrisos soltos, gargalhadas de alegria na montra
Mar de abraço, esperança na saúde forte, meu crioulo.
Amália Faustino Mendes
2 de Novembro 2020
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