Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Chuva Mansa

                                             CHUVA MANSA

 

Chuva mansa cobre Cabo Verde de manta benfazeja,

Faiscando borrifos em brumas abafantes, pinga e goteja

Água que escorre entre pedras da calçada, gorgoleja

E afoga a garganta seca do solo que sempre enseja.

 

Esta chuva dá lições de democracia na sua distribuição

Levar às ilhas água p’ra barragem, solução da produção!

É sim, mas!!! E a descriminação? Feijão kreka - preta

Que estala e estilha pelos barrancos, à procura de greta!

E vai a gente escolher e só recolher feijão  branco,

Mas não encolhe a fartura para saltar um barranco,

Onde as krekas pretas e ferrosas dão licetes de agilidade

Ocultam doçura, reprovada nos mercados da cidade!!!

 

Por descriminação da cor, não vale a pena “katar krekas

Até se prefere andar em saltos nos assaltos às barracas

Onde se cozinham feijões, xerém  e farinhas  brancas

Ou algo que embranquece - mentes fechadas com trancas.

 

 Aqui é assim: os olhos enchem-se de tudo tão rápido,

Mesmo que esteja o ar, o mar e a terra, tudo corrompido

Esse tudo e o nada, coladinhos andam e se confundem,

Balanceando-se entre os extremos e meios que se fundem.

Sem comentários:

Enviar um comentário