Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pinho no vinho



Vi em cada ninho uma garrafa de vinho
Cada homem, uma cabeça esmagada,
Cada copo, remando sobre sua pegada
Apagada a cada passo levada a lanho.

Nadando em braçadas de burburinho
Segue, fugindo das bocas do mundo
O sonâmbulo murmura já moribundo,
Resmungando lá nos horizontes do sonho:

Não estou a fingir que é para lá que vou!
Eu quero ir-me embora donde estou
Dando a meus pés inchados seu vinho de 40,
Ressacas de cabeça com a cor que aparenta! 

Quem disser que já não tenho idade pra isto
Desconhece que eu faço isto por ser misto
Homem pinho no vinho, perna de arame
Que verga, dobra e lança sem derrame.  

Sem comentários:

Enviar um comentário