Quando eu
for poeta de verdade
Saberei
arrumar palavras em cruz
Ou credo, em
montes de certa beldade
Que atraem visores
pela sua luz.
Enquanto me
transformo num poeta,
Também não
quero parecer um pateta
Que nada vê ou
nenhum mal percebe,
Ignorando
ocorrências evitáveis na plebe!
Decido agora
ir escrevendo umas palavras
Dispostas em
cadeias que prendem o ódio
E
encavalitar outras em campos de lavras,
Construindo espaço
prisional para o ócio.
Ah se
conseguir ser poeta e souber escrever
Umas palavras
livres, que voam em liberdade!...
Desenharei
os limites de um direito no dever
Para
engasgar a libertinagem fundada na felicidade!
As palavras
que escrevo, não vendo, são oferecidas
E pretendo
que sejam chuva no casulo do rancor
Para
amolecer, no espírito humano, essências homicidas,
Adotadas em
qualquer situação, como solução de cor.
Amália
Faustino
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