DEIXA-ME
AMAR-TE
Sinto que te amo e tu a mim,
Cabo Verde, tento conter em mim
A atracão física que não quero
Que notes, que afinal é vero!
E o meu coração te persegue
O teu a mim e ao meu consegue,
Numa reivindicação mórbida visível,
Penetrar no meu recôndito indelével.
Ah! Não consegui agora escamotear!
Estou sendo apanhado em flagrante,
Pelo teu coração apaixonado a tatear
Com a língua de fogo, já penetrante!
Culpado sou eu e o crime foi ocultar
O amor exibido que ainda sinto por ti,
Pois, em pesada carga elétrica, parti
Para cima do teu coração a crepitar.
Cabo Verde, algema-me no teu tronco
Depois de marinar no chá de tartaruga
Até me encharcar e enervar como louco,
Numa paixão intranquila, isenta de fuga.
Amália Faustino Mendes 13 de
Novembro 2020
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