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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

EU CHORO

 

EU CHORO

Eu também choro, choro,
E mansamente, choro,
Com paciência, senão pioro:

- Esta cena se repete como foro.

 

Sempre chorei, ainda que sem ruído...

Nem gritos, ao esconder a dor no peito

Mas assim sempre pioro

 

Minhas lágrimas de sal derretido

Nas costas da ausência de atenção

Evaporam com a fúria da ebulição

Sol em cima, vulcão em baixo,

Em adjacência, pólvoras ou graxo

Tóxico interesse e pretensão

Intervalando cada grupo de explosão

Um silêncio melancólico contido

Sob a forma de pacto de paz florido

Agudiza no ser humano a revolta.

Em mim, tudo que o meu ser revolta

 

E eu, sem razão, desde sempre te adoro

Meu sal e meu mar conservam o amor

Por minha terra amadora

E pioro, sem melodia, sem coro

 

Amor marinado não se estraga

Mas a maresia ao amor esburaca

 

 

Amália Faustino Mendes    alterado em 26 de novembro de 2020

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