VOLTO ÀS ILHAS
Lá fora, cheio de pilhas
P’ra
um dia voltar às ilhas
A
esta terra, e às filhas
Narrar
percorridas milhas.
À
procura de vida, perdido
Na
imensidão, ferro fundido
Neste
areal extenso, absorvido
Muitos
feitos, tudo dissolvido.
Se
ninguém sabia o que trazia
Se
evoluir, quem me aprecia?
Se
piorasse, quem observaria?
Se
enriquecesse, quem saberia?
Ah,
pois, na multidão sumido,
Ninguém
me nota empobrecido
Casa,
carro ou loja conseguido
Só
o meu país vê e dá ouvido!
A
ilusão de vida larga e melhor
É
tudo que me prende, sem calor;
E
se conseguir o que exibir, por amor,
Vou
mostrar a meu povo observador.
Amália
Faustino Mendes
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