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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

EU TAMBÉM CHORO

 

EU TAMBÈM CHORO!

Eu choro, não nego, choro,
E mansamente, eu choro
Com paciência, senão pioro:

- Esta cena se repete em coro.

 

Sempre chorei, ainda que sem ruído...

Nem gritos, ao esconder a dor no peito

Rasgo o coração, náusea, ventre condoído

Mas é assim que sempre pioro de mal feito.

 

Minhas lágrimas de sal derretido

Nas costas dum ser ausente aturdido  

Evaporam com a fúria da ebulição

Sol em cima, vulcão em baixo, atenção!!!

 

Em adjacência, pólvoras como lixo

Tóxico interesse, aguçada pretensão,

Intervalando, cada grupo sua explosão

Um silêncio entediante forma bicho,

Discurso prenha, pacto de paz florido

Agudizando ao ser humano a revolta.

Em mim, todo o mal vem de volta.

 

Eu choro, não nego, choro,
E mansamente, eu choro,
Com paciência, senão pioro:

- Esta cena repete-se igual ao coro.

 

E eu, sem razão, desde sempre te adoro

Meu sal e meu mar conservam o amor

À minha terra impostora, o bem imploro

E pioro o choro sem melodia do desamor

Sem coro, amor marinado não se estraga

Mas a maresia imprudente amor esburaca.

 

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