EU TAMBÈM CHORO!
Eu choro, não nego, choro,
E mansamente, eu choro
Com paciência, senão pioro:
- Esta cena se repete em coro.
Sempre chorei, ainda que sem ruído...
Nem gritos, ao esconder a dor no peito
Rasgo o coração, náusea, ventre condoído
Mas é assim que sempre pioro de mal
feito.
Minhas lágrimas de sal derretido
Nas costas dum ser ausente aturdido
Evaporam com a fúria da ebulição
Sol em cima, vulcão em baixo, atenção!!!
Em adjacência, pólvoras como lixo
Tóxico interesse, aguçada pretensão,
Intervalando, cada grupo sua explosão
Um silêncio entediante forma bicho,
Discurso prenha, pacto de paz florido
Agudizando ao ser humano a revolta.
Em mim, todo o mal vem de volta.
Eu choro, não nego, choro,
E mansamente, eu choro,
Com paciência, senão pioro:
- Esta cena repete-se igual ao coro.
E eu, sem razão, desde sempre te adoro
Meu sal e meu mar conservam o amor
À minha terra impostora, o bem imploro
E pioro o choro sem melodia do desamor
Sem coro, amor marinado não se estraga
Mas a maresia imprudente amor esburaca.
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