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sábado, 9 de abril de 2011

A violência tem jeito



Primeiro, um valente sermão
Depois, aquele aperto de mão
A seguir, nas costas, empurrão
Nas ilhargas, forte esporão

No braço direito, um safanão
Na testa, um gordo botão,
Preso a um nervoso cordão
No lugar daquele pisão!

Permanente falta de beijão
Presença constante de não
A tudo o que é uma versão
Actual de amor de cristão!

É pau usado em vez de mão
É pisada no corpo do irmão
Marcas de hematoma em pão
Dor interna por um certo cupão!

Mas siga, sem uso do bastão
Ao passar pelo meio do sertão,
Transporte no carrinho de mão
O carinho devido ao seu irmão!

Não use a mão ao fazer sermão;
Aplique inteligência e não a mão!
Escape borrifos férteis de sensação
Com sentido de gestão da emoção!

Sente-se à mesa, partilhe o pão
Que de direito pertence a seu irmão
Se no prato silencia o empadão,
A farinha se encontra no bidão!

Se o resto é comida para o cão
Ao seu irmão não dê esticão
E não o deixe comer o sujo pão
Nem viver dependente de lapão.

Amália Faustino Mendes, 15 de Fevereiro de 2011.

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