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sábado, 9 de abril de 2011
Um nada a qualquer tempo
Toda a carne é como a erva;
Nenhuma se identifica ao mineral,
Nem a da mais valorosa serva
Permanece em ouro no beiral.
Seca-se a erva e cai a sua flor;
A carne imobiliza-se a fundo,
Desfazendo-se no meio da dor
E da insensibilidade do mundo.
A queda da flor leva o fruto,
Em embrião ainda asfixiado,
E o feto, numa luta em bruto,
Vê-se no relevo do ventre esfriado.
Qualquer delas à terra retorna
Sem se confundir com a pedra
De dimensão arrojada que a orna,
Forrada de cetim cor de cidra.
Pressentida a afluência da efemeridade
Da carne, da erva (da vida) no mundo,
Impõe-se a formatação da perenidade
Pressurizando a consciência a fundo.
Amália Faustino Mendes, 8 de Novembro de 2010
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