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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Bramindo em vale de lágrimas


Um grande vale de lágrimas une o oriente ao ocidente,
Em desunião por dores iguais, de sensação diferente,
Gritos semelhantes martelam narizes de olfacto apurado
Olhos furados pelo mesmo penedo de arremesso desamparado.
Um permanente desafio, sem fim, reforça grande desatino,
Bramindo em balão insuflado, á distância, ao matutino
Por grandalhões de burgo, de poder a crédito, possessos,
Irados, lançam rede no mundo e pegam e caçam sucessos.
Mas quebram o jejum com pão amassado de fel amargoso
Tomam refeição ardente, fumegante, insípida, sem gozo,
Bebendo chá de pau odorento que esvazia tudo por dentro.
Ao negro de ouro, o olho furado ou vesgo já não pode ver,
Mas o sentem no que cintila que puro diamante há de haver!
E salvam: tudo é meu, em volume e área, metro por metro!
Amália Faustino Mendes, 9 de Abril de 2011

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