Fala-se de terra nossa, aquela que nossa é
E cuja pertença nos é, só em certo sentido,
Enquanto resiste sob a pressão do nosso pé
Durante certos intervalos de tempo repetido!
Se prefiro considerar como minha terra,
Este arquipélago de dez ilhas vai da serra
Malagueta, Pico d’Antónia e ao do Fogo,
Onde o lume pela natureza é pego e pago.
Se a pressão dos pés foge à força do cume,
Pelo cume, o vulcão fura e lança lavas
Tal como certos políticos expelem volume,
Quando tecem armadilhas em ondas cavas.
Só a natureza tem a força suficiente,
Para acender o fogo do vulcão que apaga,
Enquanto a população pouco ciente,
Ignora e teima face ao sinal que a afaga.
Sinais evidentes surgem, antecedem
A erupção vulcânica, como a vitória
E a derrota nas eleições, vencem
Ou apagam até a própria memória.
O Passado e o presente de mãos dadas
Como se fossem iguais em tudo bem,
Ou, de tudo o mal irrompe às marteladas,
Batidas em cabeças onde todos cabem!
Tem sido assim ao longo de muitos anos,
O igual e o diferente em paralelo andam,
Assobiando pela boca de alguns fulanos,
Ocultando palavras barbantes de Sadam!
Amália Faustino Mendes, 11 de Dezembro de 2010.
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